Além de Jair Bolsonaro, o ex-ministro Anderson Torres está na mira da relatoraMarcos Corrêa/PR
Publicado 31/05/2023 11:30
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A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que irá focar no que ocorreu entre o dia 31 de outubro, quando se deu a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o dia 8 de janeiro, data da invasão às sedes dos Três Poderes.
Nesse meio-tempo, ocorreram atos golpistas durante a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também serão investigados.
Gama acredita que a comissão é o melhor caminho para trazer transparência e envolvimento da população acerca dos episódios. “Uma CPI tem um caráter de transparência e de envolvimento popular muito forte. Você tem um inquérito da Polícia Federal, mas você não sabe o que está acontecendo porque boa parte está em segredo de Justiça e tal”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta quarta-feira, 31.
Sobre a possibilidade de convocação de Jair Bolsonaro (PL), Eliziane disse: “Há possibilidade de ele vir. Isso é um fato. De novo, pode ser também que não venha. Nós temos 180 dias. Então eu acho que, nesses dois primeiros meses, é importante tomar pé da situação. O que você tem. E depois partir. Se tiver que fazer uma ação mais ostensiva, sim. Se tiver que chamá-lo, nós vamos chamar. Até porque é absolutamente possível disso acontecer, né?”.

Além de Jair Bolsonaro, o ex-ministro Anderson Torres está na mira da relatora: “É um nome que também será ouvido [Torres]. Até pela função dele. Naturalmente será ouvido. Até acredito que será logo. É um nome que será ouvido com toda certeza.”

A senadora também assegurou a convocação de militares: “A gente vai convocar militares. Isso aí com certeza a gente vai. Quais são também eu ainda não sei te dizer, mas teremos o chamamento”.

Em relação à Ibaneis Rocha (MDB), a relatora afirmou: “No caso do governador do GDF há uma possibilidade de fato [de ser convocado], né? Há algumas definições em nível de Supremo, mas ele é investigado [...]”.
De acordo com Gama, o governo do Distrito Federal tem responsabilidade na segurança do espaço da praça dos Três Poderes, mesmo que cada um desses Poderes também tenha sua própria polícia.
“Mas tem uma anterior que é a polícia daqui de Brasília. Você tem aí um orçamento de R$ 10 bilhões do Fundo Constitucional só para isso. Então a gente precisa levantar isso aí. E a gente vai focar no financiamento, que é um ponto muito importante”, declara.
Ainda sobre a polícia, a senadora completou: “Dia 8 é um fato. Você teve sete dias de governo só, estava no oitavo dia. Outra coisa. A segurança ostensiva é da Polícia Militar. A Polícia Federal, por exemplo, é uma polícia judiciária, ela não faz o trabalho ostensivo. Quem faz o trabalho de proteção daqui é a PM do DF. Tanto que ela é financiada pelo governo federal. Quer dizer, se não fosse, se fosse uma polícia comum, tudo bem. Mas não é o caso. Ela é paga para isso”.
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