Publicado 13/06/2023 09:09
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira, 12, que seu "combustível pessoal está terminando com uma base que não se sente base". Lira, no entanto, disse que não fará nenhum tipo de votação que inquiete o país. "O governo tem de se preparar para conviver com quem pensa diferente e dialogar com quem pensa diferente", declarou.
Em entrevista ao 'Jornal das 10', do canal de notícias GloboNews, ele afirmou que o desenho da Esplanada dos Ministérios, feito ainda na transição, não teve o rendimento esperado pelo governo. "No governo atual, o presidente Lula optou por fazer na transição um desenho da sua Esplanada dos ministérios", disse.
"Não há uma linha, um senão, que a Câmara tenha imposto ao governo em matérias essenciais ao Estado", afirmou. Lira ressaltou que a Casa não foi obstáculo para nenhuma votação do Poder Executivo e deu como exemplos as aprovações do arcabouço fiscal e da Medida Provisória (MP) dos Ministérios.
"Eu tenho que olhar para todos os partidos na Câmara. Não estou formando base para mim, não há interesse velado meu a não ser fazer um bom papel para o País", disse.
Lira comparou a relação do governo com MDB, PSD e União Brasil com a do Centrão e rechaçou críticas de que o grupo político faz "toma lá, dá cá". "Quando o MDB, PSD e União Brasil ocupam ministérios não é toma lá, dá cá e nem troca, mas para continuar no mesmo sistema que o próprio governo criou ou escolheu, passa a fazer moeda de troca (com o Centrão)", disse.
O presidente da Câmara negou ainda que o Centrão queira a vaga da ministra da Saúde, Nísia Trindade. "Gosto da ministra Nísia, sempre tive o maior carinho", declarou. "Não disputamos nenhum ministério", disse. Lira também afirmou que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e o marido dela, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, mais conhecido como Waguinho, são seus "dois amigos de primeira hora".
Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mais cedo, o PP, partido de Lira, mudou de estratégia para conseguir o comando do Ministério da Saúde. Segundo apurou a reportagem, o partido fez chegar ao governo que poderia apadrinhar um nome "técnico" para a pasta.
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