Segundo a PF, Marcos do Val teria obstruído as investigações sobre os atos golpistasMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 15/06/2023 18:09
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O Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido feito pela Polícia Federal para prender o senador Marcos do Val (Podemos-ES) na operação de buscas e apreensões feita nesta quinta-feira, 15, em endereços ligados ao parlamentar. A ação foi realizada dentro das investigações dos atos golpistas. No trabalho realizado pelos agentes, foram encontrados documentos, computadores, celulares e equipamentos relacionados ao senador.

A PF apresentou vários indícios de que Marcos do Val trabalhava para sabotar as investigações, com ações como vazamento de documentos, ataques ao Poder Judiciário e ministro Alexandre de Moraes, além de propagar informações falsas nas redes sociais.

Em entrevista à revista Veja, no dia 2 de fevereiro, o senador disse que havia sido "extorquido" pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), para que participasse de uma trama golpista. Segundo o parlamentar, um grampo seria colocado em Moraes para motivar um pedido ilegal de prisão ao ministro.

Mais tarde, o senador afirmou que o plano golpista foi projetado pelo ex-deputado Daniel Silveira e que o ex-presidente Jair Bolsonaro não impediu o aliado.

Em dezembro de 2022, Do Val disse que participou de uma reunião com Bolsonaro e Silveira, onde recebeu um pedido para gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes. Durante o encontro, o parlamentar conduziria o magistrado a "falar que em alguns de seus processos ele ultrapassou a linha da Constituição", com o objetivo de prender Moraes e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apesar dos argumentos apresentados pelos investigadores, Alexandre de Moraes não permitiu a prisão do senador. Porém, o ministro determinou a busca e apreensão nos locais ligados a Do Val em Brasília e no Espírito Santo. Também ordenou que o parlamentar preste depoimento à PF.

O Portal iG tentou contato com o senador para pronunciamento sobre a operação, mas Marcos do Val desligou o telefone.
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