Publicado 22/06/2023 17:39
O prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) reconhece a preocupação com uma possível polarização entre o MBL e Guilherme Boulos nas eleições de 2024 na cidade de São Paulo. O chefe do executivo paulistano quer se colocar como um candidato de centro, mas tem escutado de aliados que a força midiática do Movimento Brasil Livre e do psolista o deixem para trás.
Nunes trabalha internamente para contar com o apoio de todo o Centrão. Também costurou um acordo para ter em seu palanque o PL e o Republicanos, atraindo ao seu lado o ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas.
Porém, a aliança com o PL foi formalizada apenas com membros da capital. O presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, não descarta a possibilidade de lançar Marcos Pontes. Bolsonaro é outra importante força da legenda que cogita apoiar o astronauta, mesmo tendo boa relação com Ricardo.
A preocupação do PL é apoiar Nunes e ele não ter traquejo para polarizar com Boulos, seu principal adversário do campo da esquerda. Caso o prefeito não consiga bater de frente com o psolista, corre o risco de ficar para trás numa eventual candidatura de um membro do MBL.
A colunista Andreia Sadi divulgou nesta quinta (22) que o movimento fará prévias para lançar uma pré-candidatura. Kim Kataguiri e Guto Zacarias disputarão internamente para ser o representante do MBL na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Hoje o campo da direita é visto como vago e o MBL tenta preenchê-lo.
Mesmo próximo de Bolsonaro, Ricardo Nunes não quer ser visto como candidato do bolsonarismo. Pelo menos por enquanto. Essa decisão se dá por pesquisas internas do MDB. Em bairros periféricos da capital, há grande rejeição ao ex-presidente.
Porém, o prefeito também teme ser rejeitado pelos bolsonaristas, grupo que é muito forte nas áreas mais nobres. Além disso, o PL pode lançar justamente Marcos Pontes para tentar impedir um crescimento do MBL.
Nas eleições de 2020, Arthur do Val se candidatou pelo Patriotas. Com pouco tempo de TV, sem coligação e nenhum centavo do Fundo Partidário, o ex-deputado estadual conquistou 10% dos votos válidos.
O desempenho surpreendeu toda a classe política. Como Arthur não pode concorrer – ele foi cassado em 2021 pela ALESP e está inelegível – o Movimento Brasil Livre articula para ter outra liderança representando o grupo.
No meio de tanta articulação, uma das poucas certezas que MBL, Ricardo Nunes e lideranças do PL têm é que um deles disputará o segundo turno contra Guilherme Boulos.
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