Publicado 27/07/2023 11:42 | Atualizado 27/07/2023 11:43
O médico psiquiatra, jornalista e político Humberto Costa (PT-PE), é um forte aliado de longa data do presidente Lula e quadro histórico do Partido dos Trabalhadores, com relevância nos cenários local e nacional.
O ex-ministro da Saúde de Lula (no primeiro mandato, de 2003 a 2005), que também já foi secretário, vereador e deputado, se destacou por sua atuação na CPI da Covid-19 no Senado e viu seu espaço político crescer ainda mais com o resultado da eleição presidencial de 2022.
Para além de seu mandato como senador, Humberto Costa vem desempenhando um papel de articulação do Governo Lula. Dentro do PT, ele assumiu a liderança do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), responsável por coordenar o debate de estratégia eleitoral em todo o país e apresentar as demandas de cada região à Executiva Nacional da sigla.
Em entrevista exclusiva ao iG , concedida em seu escritório no Recife, Humberto Costa contou sobre seus planos para o PT na próxima eleição (incluindo a situação de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife).
O senador também falou sobre os desafios e metas do Governo Lula III no Congresso Nacional neste segundo semestre, opinou sobre a CPMI do dia 8 de janeiro e adiantou um pouco sobre os planos para seu futuro político em 2026, quando se encerra seu segundo mandato no Senado Federal.
Como está o recesso parlamentar?
Para além de seu mandato como senador, Humberto Costa vem desempenhando um papel de articulação do Governo Lula. Dentro do PT, ele assumiu a liderança do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), responsável por coordenar o debate de estratégia eleitoral em todo o país e apresentar as demandas de cada região à Executiva Nacional da sigla.
Em entrevista exclusiva ao iG , concedida em seu escritório no Recife, Humberto Costa contou sobre seus planos para o PT na próxima eleição (incluindo a situação de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife).
O senador também falou sobre os desafios e metas do Governo Lula III no Congresso Nacional neste segundo semestre, opinou sobre a CPMI do dia 8 de janeiro e adiantou um pouco sobre os planos para seu futuro político em 2026, quando se encerra seu segundo mandato no Senado Federal.
Como está o recesso parlamentar?
Aproveitei para tentar resolver demandas reprimidas de agenda, muita gente que tem me procurado, e como estou muito em Brasília, vai acumulando gente que quer conversar, especialmente gente da política e agendas de visitas. Aproveitei o recesso para atualizar as conversas políticas, e me preparando para esse segundo semestre, que vai ser forte em Brasília e aqui também.
Quer destacar alguma dessas agendas?
Tenho conversado com muita gente que quer entrar no PT, também pessoas que são candidatas a prefeito e vereador que querem vir ou ter apoio do PT. Esse movimento que nós começamos também a trabalhar junto com Paulo [Câmara, ex-governador de Pernambuco], com Danilo [Cabral, ex-deputado e ex-candidato ao governo do estado em 2022 pelo PSB]. Muita gente quer saber o que é isso.
E outras coisas importantes do ponto de vista do mandato. Hoje me reuni com a diretoria da Jeep e dois coordenadores da bancada federal, Carlos Veras e Augusto Coutinho, para discutir como vamos trabalhar a reforma tributária no Senado para reverter a decisão da Câmara que cortou, na prática, os incentivos fiscais da Jeep em Pernambuco, da Caoa em Goiás e da BYD na Bahia.
Quer destacar alguma dessas agendas?
Tenho conversado com muita gente que quer entrar no PT, também pessoas que são candidatas a prefeito e vereador que querem vir ou ter apoio do PT. Esse movimento que nós começamos também a trabalhar junto com Paulo [Câmara, ex-governador de Pernambuco], com Danilo [Cabral, ex-deputado e ex-candidato ao governo do estado em 2022 pelo PSB]. Muita gente quer saber o que é isso.
E outras coisas importantes do ponto de vista do mandato. Hoje me reuni com a diretoria da Jeep e dois coordenadores da bancada federal, Carlos Veras e Augusto Coutinho, para discutir como vamos trabalhar a reforma tributária no Senado para reverter a decisão da Câmara que cortou, na prática, os incentivos fiscais da Jeep em Pernambuco, da Caoa em Goiás e da BYD na Bahia.
Esse assunto dos incentivos andou?
Acho que o tema vai bem, mesmo porque o presidente Lula ficou indignado com aquela decisão. Ele esteve na Jeep e, por mais que o pessoal pressionasse pra dizer o que ia fazer, não podia falar porque o governo ainda estava fechando uma posição, mas disse, reservadamente, que ia ter uma solução.
Ao longo da semana da votação, o Ministério da Fazenda recebeu as empresas, concordou e estava tudo certo para a votação acontecer com apoio do governo. De repente, os governadores do Sul e Sudeste começaram a operar pelas bancadas para rejeitar, o PT não fechou posição sobre o assunto e terminou perdendo por uma diferença mínima.
Que outros temas o senhor considera prioritárias no segundo semestre?
Uma é essa questão da reforma tributária, para viabilizar a continuidade desses incentivos fiscais. Outra é a questão da Transnordestina. Mesmo nesse momento de recesso, tive reuniões para tratar desse tema. Tudo indica que o anúncio do novo PAC, que deve ser no início de agosto, vem com recursos para a obra da Transnordestina, ao mesmo tempo que o governo vai tentar “desatar o nó” no sentido de arrumar outra empresa para receber a concessão. O compromisso é, com ou sem concessão, tocar essa obra.
Também estive em Brasília para tratar da questão do metrô. Estão para fazer greve, por causa do rápido aprofundamento do sucateamento do metrô. A informação que recebemos é que esse novo PAC vai prever recursos para a recuperação do metrô [de Recife].
O que dá para dizer sobre a questão da privatização?
Pelo que pude apurar, vem uma sinalização, nesse primeiro momento, para ter uma concessão, mas não tem nada pré-definido. A sinalização é de que várias obras em que o governo quer que haja investimento pode ter parceria privada, mas sobre o metrô daqui, não tem definição nem se terá efetivamente uma parceria, nem qual seria o modelo. A gente está defendendo que o governo recupere o metrô e depois veja o que vai fazer.
Acho que o tema vai bem, mesmo porque o presidente Lula ficou indignado com aquela decisão. Ele esteve na Jeep e, por mais que o pessoal pressionasse pra dizer o que ia fazer, não podia falar porque o governo ainda estava fechando uma posição, mas disse, reservadamente, que ia ter uma solução.
Ao longo da semana da votação, o Ministério da Fazenda recebeu as empresas, concordou e estava tudo certo para a votação acontecer com apoio do governo. De repente, os governadores do Sul e Sudeste começaram a operar pelas bancadas para rejeitar, o PT não fechou posição sobre o assunto e terminou perdendo por uma diferença mínima.
Que outros temas o senhor considera prioritárias no segundo semestre?
Uma é essa questão da reforma tributária, para viabilizar a continuidade desses incentivos fiscais. Outra é a questão da Transnordestina. Mesmo nesse momento de recesso, tive reuniões para tratar desse tema. Tudo indica que o anúncio do novo PAC, que deve ser no início de agosto, vem com recursos para a obra da Transnordestina, ao mesmo tempo que o governo vai tentar “desatar o nó” no sentido de arrumar outra empresa para receber a concessão. O compromisso é, com ou sem concessão, tocar essa obra.
Também estive em Brasília para tratar da questão do metrô. Estão para fazer greve, por causa do rápido aprofundamento do sucateamento do metrô. A informação que recebemos é que esse novo PAC vai prever recursos para a recuperação do metrô [de Recife].
O que dá para dizer sobre a questão da privatização?
Pelo que pude apurar, vem uma sinalização, nesse primeiro momento, para ter uma concessão, mas não tem nada pré-definido. A sinalização é de que várias obras em que o governo quer que haja investimento pode ter parceria privada, mas sobre o metrô daqui, não tem definição nem se terá efetivamente uma parceria, nem qual seria o modelo. A gente está defendendo que o governo recupere o metrô e depois veja o que vai fazer.
O senhor acabou de assumir o GTE e mencionou as alianças e buscas por filiação. Qual é a sua visão, em termos de estratégia, para a próxima eleição? Quais são as prioridades de alianças para 2024?
Nacionalmente, conversamos para fazer um corte de estabelecimento de prioridade para cidades acima de 100 mil habitantes, o “grosso” da população brasileira. Vamos identificar as cidades prioritárias e discutir como é que, nacionalmente, vamos acompanhar, viabilizar apoio para as candidaturas.
Além disso, cada estado vai definir, além das que têm mais de 100 mil eleitores, as cidades que consideram prioridade. Por exemplo, Pernambuco tem quatro prefeituras, nenhuma delas tem mais de 100 mil eleitores, mas têm prefeitos petistas, então está na prioridade. Todos os prefeitos, prefeitas e vereadores que buscam reeleição são prioridades.
Tem lugares em que não estamos disputando reeleição, mas tem candidatos muito fortes, mesmo em cidades menores. Ou seja, tem esse recorte, mas cada estado vai dizer suas prioridades.
Outra coisa definida é que vamos começar o debate sobre políticas de alianças. Nossa prioridade é com os partidos com quem historicamente a gente tem se relacionado. Nossa federação (PV, PCdoB), a federação PSOL e Rede, PDT, PSB e PROS é o campo prioritário de aliança.
Não significa que não haverá aliança com o centro ou partidos da base do governo. Lógico, partidos da base não têm impedimento nem proibição de fazer aliança, mas vai ser tudo avaliado caso a caso. Sei lá, dentro do PR, que pode entrar no governo, em alguns lugares tem muitos bolsonaristas.
Queria, nesse sentido, lhe perguntar sobre partidos como o União Brasil e Republicanos, por exemplo, que estão muito divididos por essa questão. Como vai ser para acomodar quem quer estar dentro, e outros, nem tanto?
Vai ser avaliado caso a caso na análise de como a gente vai se posicionar na eleição. Uma avaliação que vamos levar à Executiva [do partido] é que a gente não subordine a eleição municipal à governabilidade. Mas, veja, o que estou falando são as discussões do GTE, as decisões serão tomadas pela Executiva, que aprova - ou não - as propostas. Vamos começar essa discussão de alianças já na quarta-feira da semana que vem, a ideia inicial do GTE é essa.
Há algumas cidades em que é mais difícil de resolver essas questões, porque tem a federação do PT, tem outras federações que são historicamente aliadas, como o senhor citou. Eventualmente, essas pessoas que são de siglas diferentes, mas meio que andam juntas, têm certas divergências e cada um deseja lançar seus candidatos. Em cidades chave, como o próprio Recife, São Paulo e Rio de Janeiro, como vai se dar o debate?
Outra prioridade é o PT voltar a governar as capitais. No primeiro momento não temos uma estratégia traçada ainda. Para isso, o partido vai fazer pesquisas e traçar estratégias para as capitais. Nas cidades que você citou ainda não há definição, mas tem especulação.
Nacionalmente, conversamos para fazer um corte de estabelecimento de prioridade para cidades acima de 100 mil habitantes, o “grosso” da população brasileira. Vamos identificar as cidades prioritárias e discutir como é que, nacionalmente, vamos acompanhar, viabilizar apoio para as candidaturas.
Além disso, cada estado vai definir, além das que têm mais de 100 mil eleitores, as cidades que consideram prioridade. Por exemplo, Pernambuco tem quatro prefeituras, nenhuma delas tem mais de 100 mil eleitores, mas têm prefeitos petistas, então está na prioridade. Todos os prefeitos, prefeitas e vereadores que buscam reeleição são prioridades.
Tem lugares em que não estamos disputando reeleição, mas tem candidatos muito fortes, mesmo em cidades menores. Ou seja, tem esse recorte, mas cada estado vai dizer suas prioridades.
Outra coisa definida é que vamos começar o debate sobre políticas de alianças. Nossa prioridade é com os partidos com quem historicamente a gente tem se relacionado. Nossa federação (PV, PCdoB), a federação PSOL e Rede, PDT, PSB e PROS é o campo prioritário de aliança.
Não significa que não haverá aliança com o centro ou partidos da base do governo. Lógico, partidos da base não têm impedimento nem proibição de fazer aliança, mas vai ser tudo avaliado caso a caso. Sei lá, dentro do PR, que pode entrar no governo, em alguns lugares tem muitos bolsonaristas.
Queria, nesse sentido, lhe perguntar sobre partidos como o União Brasil e Republicanos, por exemplo, que estão muito divididos por essa questão. Como vai ser para acomodar quem quer estar dentro, e outros, nem tanto?
Vai ser avaliado caso a caso na análise de como a gente vai se posicionar na eleição. Uma avaliação que vamos levar à Executiva [do partido] é que a gente não subordine a eleição municipal à governabilidade. Mas, veja, o que estou falando são as discussões do GTE, as decisões serão tomadas pela Executiva, que aprova - ou não - as propostas. Vamos começar essa discussão de alianças já na quarta-feira da semana que vem, a ideia inicial do GTE é essa.
Há algumas cidades em que é mais difícil de resolver essas questões, porque tem a federação do PT, tem outras federações que são historicamente aliadas, como o senhor citou. Eventualmente, essas pessoas que são de siglas diferentes, mas meio que andam juntas, têm certas divergências e cada um deseja lançar seus candidatos. Em cidades chave, como o próprio Recife, São Paulo e Rio de Janeiro, como vai se dar o debate?
Outra prioridade é o PT voltar a governar as capitais. No primeiro momento não temos uma estratégia traçada ainda. Para isso, o partido vai fazer pesquisas e traçar estratégias para as capitais. Nas cidades que você citou ainda não há definição, mas tem especulação.
Em São Paulo, há uma informação que muita gente confirma de um acordo do PT com o PSOL para que o PSOL apoiasse a candidatura de Haddad, com Boulos retirando a candidatura em troca de apoio em 2024. Se há mesmo um acordo, 99% de chance de ser respeitado. No Rio de Janeiro, há possibilidade de apoiar Eduardo Paes, mas também é possível lançar candidatura própria.
Recife é uma situação complexa, né? Por várias razões. Primeiro, estamos no governo. Fizemos um entendimento que não necessariamente implicou no partido necessariamente apoiar a reeleição do prefeito. Mas se você discute, identifica posições comuns e participa do governo, é natural que possa haver aliança política. Obviamente isso vai passar por discussão.
Historicamente o PT é muito importante na eleição do Recife. Desde 1992 que o PT sai bem nas eleições da cidade. Já fomos ao segundo turno duas vezes, mesmo fora do governo, em 2016 e 2020. Ganhamos três eleições com João Paulo e João da Costa. Fora isso, ficou sempre em segundo ou terceiro lugar, nunca teve menos de 17% dos votos.
É uma força importante e, lógico, pode apoiar outra candidatura, mas tem que se levar em consideração sua relevância. Eu diria que há uma possibilidade concreta de apoiarmos a reeleição do prefeito, mas isso tem que ser objeto de discussão. O PT terá condição, se não houver entendimento, de lançar uma candidatura.
Sim, inclusive há fortes quadros no partido que estão pensando em se lançar à Prefeitura, alguns que inclusive já governaram a cidade, como o deputado João Paulo. Dentro do escopo de partidos aliados, o PSOL tem a deputada Dani Portela, uma liderança forte que vem ganhando espaço. É uma situação difícil, porque mesmo que se opte por um apoio, há muitas opções. Essa discussão já começou?
Não. Nacionalmente começou muito levemente o debate com a federação. Também haverá debates com os outros partidos que não são da nossa federação. Cada um vai colocar suas prioridades, onde gostaria de ter apoio do partido, onde cada um vai seguir seu caminho e procurar um entendimento no segundo turno. São coisas assim. Certamente vamos discutir com o PSOL.
Em Pernambuco, já montamos o GTE. A partir de agosto, o GTE nacional vai discutir com os estados sobre as realidades locais. Aqui ainda não teve grandes discussões, mas posso expressar aqui minha opinião pessoal.
Recife é uma situação complexa, né? Por várias razões. Primeiro, estamos no governo. Fizemos um entendimento que não necessariamente implicou no partido necessariamente apoiar a reeleição do prefeito. Mas se você discute, identifica posições comuns e participa do governo, é natural que possa haver aliança política. Obviamente isso vai passar por discussão.
Historicamente o PT é muito importante na eleição do Recife. Desde 1992 que o PT sai bem nas eleições da cidade. Já fomos ao segundo turno duas vezes, mesmo fora do governo, em 2016 e 2020. Ganhamos três eleições com João Paulo e João da Costa. Fora isso, ficou sempre em segundo ou terceiro lugar, nunca teve menos de 17% dos votos.
É uma força importante e, lógico, pode apoiar outra candidatura, mas tem que se levar em consideração sua relevância. Eu diria que há uma possibilidade concreta de apoiarmos a reeleição do prefeito, mas isso tem que ser objeto de discussão. O PT terá condição, se não houver entendimento, de lançar uma candidatura.
Sim, inclusive há fortes quadros no partido que estão pensando em se lançar à Prefeitura, alguns que inclusive já governaram a cidade, como o deputado João Paulo. Dentro do escopo de partidos aliados, o PSOL tem a deputada Dani Portela, uma liderança forte que vem ganhando espaço. É uma situação difícil, porque mesmo que se opte por um apoio, há muitas opções. Essa discussão já começou?
Não. Nacionalmente começou muito levemente o debate com a federação. Também haverá debates com os outros partidos que não são da nossa federação. Cada um vai colocar suas prioridades, onde gostaria de ter apoio do partido, onde cada um vai seguir seu caminho e procurar um entendimento no segundo turno. São coisas assim. Certamente vamos discutir com o PSOL.
Em Pernambuco, já montamos o GTE. A partir de agosto, o GTE nacional vai discutir com os estados sobre as realidades locais. Aqui ainda não teve grandes discussões, mas posso expressar aqui minha opinião pessoal.
E sobre as pautas no Senado?
Deixe eu lhe dizer: com relação às principais pautas do Senado, sem dúvida temos a reforma tributária, a votação de mudanças no processo decisório do Carf e todo o debate sobre política de desarmamento, com coisas que vão passar pelo Congresso, começando pela Câmara.
Outra prioridade no Senado, no campo da cultura, é regulamentar a questão dos streamings e, se voltar pro Senado, a questão das fake news, mas ela está na Câmara, e está meio enrolado. São as pautas mais importantes.
O Senado, hoje, tem uma característica em que embora não tenha uma maioria, o governo tem uma base razoável e diálogo com vários segmentos que permite até aprovar PEC. É uma característica da Casa, em que a oposição faz muito barulho, é muito midiática, mas não tem tanto número para impedir que as coisas sejam aprovadas.
O presidente do Senado tem sido alguém que, nas questões que dizem respeito ao interesse do país e do governo, tem sido muito firme. Na reforma tributária, por exemplo, ele definiu a tramitação em uma comissão só e vai a plenário nesse ano de todo jeito. É uma situação relativamente tranquila para o governo. Na Câmara, é que está mais difícil e a gente espera que a coisa ande a partir da reforma ministerial.
Qual dessas pautas é mais desafiadora, considerando ambas as casas?
O maior desafio é a Reforma Tributária. Especialmente porque, no final da votação da Câmara, muitas coisas foram agregadas, exceções acrescentadas, e também algumas coisas importantes para alguns estados foram retiradas. Por exemplo, os incentivos [fiscais] para [empresas do setor] do sistema automotivo do Nordeste e Centro Oeste foi uma coisa muito grave.
Eu acredito que a Reforma Tributária tem interesse dos estados, tem interesse da gente aqui, e vamos conseguir aprovar e levar para a Câmara mais ou menos articulada, mais ou menos combinada com a Câmara. O relator no Senado [Eduardo Braga, do MDB do Amazonas] disse que vai construir seu relatório não a quatro mãos, mas ouvindo o tempo todo o relator da reforma na Câmara [Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba] e, com isso, acredito que vai passar.
Esse ano de 2023, em que pesem as dificuldades que a gente passou, ele vai ser muito importante para o governo no ponto de vista do Congresso Nacional. Muitas coisas foram aprovadas. A proposta do ensino integral, o Mais Médicos, enfim, muitas e muitas coisas que o Congresso foi muito firme no sentido de defender.
E a CPMI do 8 de janeiro, qual a sua avaliação pessoal sobre o andamento dos trabalhos da comissão?
Eu acho que a CPMI, avalio desde antes que ela não terá muita influência na conjuntura, no Brasil. Enfim, acho que a oposição errou ao acreditar que poderia vender uma versão de que o governo teria sido responsável pelo 8 de janeiro, uma visão completamente equivocada.
Outra prioridade no Senado, no campo da cultura, é regulamentar a questão dos streamings e, se voltar pro Senado, a questão das fake news, mas ela está na Câmara, e está meio enrolado. São as pautas mais importantes.
O Senado, hoje, tem uma característica em que embora não tenha uma maioria, o governo tem uma base razoável e diálogo com vários segmentos que permite até aprovar PEC. É uma característica da Casa, em que a oposição faz muito barulho, é muito midiática, mas não tem tanto número para impedir que as coisas sejam aprovadas.
O presidente do Senado tem sido alguém que, nas questões que dizem respeito ao interesse do país e do governo, tem sido muito firme. Na reforma tributária, por exemplo, ele definiu a tramitação em uma comissão só e vai a plenário nesse ano de todo jeito. É uma situação relativamente tranquila para o governo. Na Câmara, é que está mais difícil e a gente espera que a coisa ande a partir da reforma ministerial.
Qual dessas pautas é mais desafiadora, considerando ambas as casas?
O maior desafio é a Reforma Tributária. Especialmente porque, no final da votação da Câmara, muitas coisas foram agregadas, exceções acrescentadas, e também algumas coisas importantes para alguns estados foram retiradas. Por exemplo, os incentivos [fiscais] para [empresas do setor] do sistema automotivo do Nordeste e Centro Oeste foi uma coisa muito grave.
Eu acredito que a Reforma Tributária tem interesse dos estados, tem interesse da gente aqui, e vamos conseguir aprovar e levar para a Câmara mais ou menos articulada, mais ou menos combinada com a Câmara. O relator no Senado [Eduardo Braga, do MDB do Amazonas] disse que vai construir seu relatório não a quatro mãos, mas ouvindo o tempo todo o relator da reforma na Câmara [Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba] e, com isso, acredito que vai passar.
Esse ano de 2023, em que pesem as dificuldades que a gente passou, ele vai ser muito importante para o governo no ponto de vista do Congresso Nacional. Muitas coisas foram aprovadas. A proposta do ensino integral, o Mais Médicos, enfim, muitas e muitas coisas que o Congresso foi muito firme no sentido de defender.
E a CPMI do 8 de janeiro, qual a sua avaliação pessoal sobre o andamento dos trabalhos da comissão?
Eu acho que a CPMI, avalio desde antes que ela não terá muita influência na conjuntura, no Brasil. Enfim, acho que a oposição errou ao acreditar que poderia vender uma versão de que o governo teria sido responsável pelo 8 de janeiro, uma visão completamente equivocada.
A gente também sabia, pela composição de ser Câmara e Senado, e hoje a oposição da Câmara tem uma extrema direita não apenas expressiva, mas ao mesmo tempo, muito midiática e agressiva. Isso retira a possibilidade de um debate feito com sobriedade e tranquilidade, em torno dos fatos.
Ao mesmo tempo, tudo que a CPMI está investigando já foi sobejamente investigado pelo Supremo Tribunal Federal, pela Polícia Federal, pela CGU… Então acho que ela terá uma repercussão limitada.
Ao mesmo tempo, tudo que a CPMI está investigando já foi sobejamente investigado pelo Supremo Tribunal Federal, pela Polícia Federal, pela CGU… Então acho que ela terá uma repercussão limitada.
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