Janja relatou ter sido vítima de assédio sexual e moral ao longo de sua carreira como sociólogaAntônio Cruz/Agência Brasil
Publicado 28/07/2023 08:41 | Atualizado 28/07/2023 09:25
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Em evento marcado pelo lançamento de um grupo interministerial para combater o assédio no serviço público, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez uma declaração contundente nesta quinta-feira, 27.
Ela relatou ter sido vítima de assédio sexual e moral ao longo de sua carreira como socióloga, destacando a urgência de enfrentar esse problema e ressaltando que muitas mulheres também passam por situações semelhantes em seus ambientes de trabalho.

O evento contou com a presença dos ministros Esther Dweck (Gestão, Inovação e Serviços), Anielle Franco (Igualdade Racial), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União), além da primeira-dama. Durante o discurso, ela falou da importância de abordar o assédio de forma incisiva e não se calar diante de situações de discriminação.

"Eu como mulher, com tantos anos de profissão, falo com convicção sobre o assunto, por já ter sofrido assédio, assédio moral e assédio sexual. Eu tenho certeza que muitas mulheres que estão aqui presentes já vivenciaram isso ou já presenciaram em algum momento no seu ambiente de trabalho", falou Janja.

Além de compartilhar sua experiência pessoal, a socióloga aproveitou a oportunidade para reforçar a necessidade de não ser rotulada apenas como "primeira-dama". Janja defendeu que não deve haver limitações em suas ações e que é fundamental ser reconhecida por sua trajetória e contribuição profissional.

"Não tem problema me chamar de primeira-dama, só não me coloque na caixinha, por favor, nessa caixinha eu não vou entrar nunca, podem ter certeza disso", ressaltou.

Ela também falou que as mulheres, assim como negros, pessoas com deficiência e LGBTQIA+, são os grupos mais afetados pelo assédio no ambiente de trabalho.
“O assédio moral e o assédio sexual, assim como todas as formas de discriminação, violam os direitos humanos e ameaçam a igualdade de oportunidades, principalmente quando estamos falando de oportunidades de trabalhos para mulheres, pessoas negras, para as pessoas com deficiência e para as pessoas LGBTQIA+”, completou.

O grupo interministerial, coordenado pela ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), terá um prazo de seis meses para elaborar um relatório que receberá o nome de "Plano de Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação na Administração Pública Federal". O objetivo é desenvolver ações para combater o assédio.
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