Agressor é ex-integrante do MTSTReprodução: redes sociais
Publicado 05/08/2023 14:59 | Atualizado 05/08/2023 15:00
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O ex-deputado estadual Arthur do Val (União-SP), também conhecido como "Mamãe Falei", foi agredido com um soco no rosto por um manifestante no centro de São Paulo, na última quinta-feira, 3. Do Val foi até uma manifestação contra a operação policial que já deixou 16 mortos no Guarujá para gravar um vídeo ao seu canal do YouTube, onde confronta apoiadores de esquerda.
Segundo do Val, a comoção pelas mortes pelos manifestantes não foi a mesma com a morte do soldado da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), Patrick Bastos Reis, de 30 anos, assassinado durante um patrulhamento no Guarujá. No vídeo que circula nas redes sociais, o ex-deputado também questiona se participantes também protestam contra as mortes ocorridas em confrontos policiais na Bahia, governada por Jerônimo Rodrigues (PT).
Na manifestação, Do Val foi chamado de "estuprador" por participantes. A ofensa faz referência ao episódio que causou a sua cassação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e a sua inelegibilidade por oito anos, em maio do ano passado. Dois meses antes, o ex-deputado teve divulgados áudios de teor machista - em que afirma que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres" - quando estava na Ucrânia representando o Movimento Brasil Livre (MBL).
Enquanto Do Val estava tentando conversar com algum manifestante, um homem com uma camisa cinza encarou o ex-parlamentar e desferiu um soco no seu rosto. O ex-deputado não revidou, apenas afirmando que o golpe não havia o machucado. "Nem doeu. Esse é o máximo que você consegue, irmão?", disse.
O Estadão apurou que o rapaz que agrediu se chama Cristiano Nascimento, mais conhecido como "Batóre". Ele é um ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) de São Paulo. Ele foi contatado pela reportagem, mas disse que os seus advogados o recomendaram a não se pronunciar no momento.
Após ser agredido, o ex-deputado foi colocado para fora do centro do protesto por outros manifestantes, que entoaram o coro "fora, estuprador". A suplente de deputada estadual, Amanda Vettorazzo (União-SP) acompanhou Do Val com uma faixa escrita "policiais são heróis" e também foi rechaçada pelos militantes. "Você é branca, né? Por isso o policial é heroi. Quero ver se fosse preta", disse uma mulher.
O que diz Arthur do Val?
Ao Estadão, o ex-deputado estadual Arthur do Val afirmou que irá protocolar um boletim de ocorrência contra Nascimento e um outro homem que o ameaçou nesta segunda-feira, 7. Do Val disse que assim que chegou ao centro de São Paulo, foi ofendido e ameaçado. Segundo ele, após a agressão, o protesto se dispersou. "Eles mesmo acharam que a manifestação ia ser maior, e não foi. Eu acho que está muito claro que a população não comprou essa narrativa", disse.
Do Val afirmou que acredita que, se tiver ocorrido excessos na operação policial na Baixada Santista, os policiais devem ser apurados e punidos, mas que a resposta do Estado à morte do membro da Rota deve ser "dura e rápida".
"Não podemos simplesmente aceitar que um policial honesto tenha sido morto à distância e, de repente, a gente aceita. O que que vai acontecer, o crime organizado vai falar ‘nós podemos tudo’, então isso não pode acontecer. Então tem que ter resposta e a resposta tem que ser dura e tem que ser rápida", afirmou.
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