Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Publicado 08/08/2023 15:07
Publicidade
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta mais uma sanção imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no montante de R$ 250 mil, por declarações realizadas entre o último ano e o atual — data que coincide também com período eleitoral em que saiu derrotado nas urnas pelo o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As penalidades foram impostas após declarações de Bolsonaro durante seu pleito e incluem também insinuações que questionaram a autonomia e competência do Sistema Eleitoral Brasileiro, além de desobediência legal a determinações judiciais na época da pandemia da Covid-19.
O ex-presidente já fez o pagamento de uma das penalidades, num valor bem mais baixo: R$ 5 mil. Mas há outros recursos interpostos contra as demais multas. A maioria das penalidades foi confirmada pelo plenário do Tribunal, o que reduz as perspectivas de revogação das cobranças na justiça.
As multas atuais recebidas pelo ex-presidente se acumulam às quantias pendentes no valor de quase R$ 1 milhão - em decorrência de cinco processos em andamento nos tribunais de São Paulo relacionados à desobediência de medidas de saúde pública durante o auge da pandemia de Covid-19, enquanto João Dória era governador do estado.

A falta de pagamento dessas multas provocou o bloqueio das contas bancárias do ex-presidente, levando-o a buscar doações de seus apoiadores.
A maior das multas imposta pelo TSE ao ex-presidente é de R$ 90 mil e ocorreu também no ano passado. A punição foi motivada por uma propaganda que associava a campanha do atual presidente ao aborto.

Ainda no mesmo ano, Bolsonaro recebeu mais uma multa, essa de R$ 75 mil devido ao descumprimento de uma decisão anterior da Corte que proibiu a promoção da página "Lulaflix" , na qual eram veiculadas críticas e multas vezes inverdades sobre o candidato petista.
Outra penalização emergiu de um processo investigativo sobre possíveis abusos na comemoração do Bicentenário da Independência. Há duas semanas, o TSE impôs mais uma multa de R$ 55 mil a Bolsonaro por não ter obedecido a uma decisão judicial que ordenava a remoção de conteúdos relacionados à celebração do 7 de Setembro do ano anterior.
O ex-presidente também teve decretada a sua inelegibilidade por 8 anos em julho pelo TSE, devido a realização de uma reunião com embaixadores em que Bolsonaro teria se aproveitado do cargo ocupado para atacar o sistema eleitoral, mesmo que sem provas. Em outras palavras, o ex-presidente sugeriu que as eleições no Brasil eram fraudulentas e que as urnas eletrônicas não eram seguras. Durante a campanha, Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 20 mil pelo episódio.

Boné do Complexo da Maré
Bolsonaro também chegou a insinuar durante a campanha, que Lula era ligado a uma facção criminosa, após o político petista surgir usando um boné do Complexo da Maré durante sua visita à comunidade no Rio de Janeiro. Isso também foi motivo de punição com multa de R$ 5 mil ao líder do PL.
O passeio de moto organizado pelo ex-presidente e seus apoiadores intitulado "motociata" também acarretou em multa de R$ 5 mil aplicada contra Bolsonaro por "propaganda eleitoral antecipada".

As ações sobre a reunião com embaixadores e o caso do "Lulaflix" foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) após apresentação de recurso dos advogados de defesa de Bolsonaro. As outras demais ações ainda tramitam no TSE.
Publicidade
Leia mais