Segundos a PF, acusados recrutavam os adolescentes por meio de aplicativos de mensagensDivulgação/Polícia Federal
Publicado 10/08/2023 10:22 | Atualizado 10/08/2023 12:47
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A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte/MG, contra possíveis recrutamentos de adolescentes nesta quinta-feira, 10. De acordo com a investigação, o grupo é acusado de integrar a organização terrorista do Estado Islâmico.
Foram cumpridos três mandados nos estados de São Paulo (2) e Rio de Janeiro (1).

Em junho, a PF prendeu um cidadão brasileiro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no portão de embarque. O acusado estava prestes a viajar ao exterior com o fim de se juntar a organização terrorista. Segundos os policias, ele usava aplicativos de mensagens para recrutar adolescentes com o objetivo de promoverem e integrarem o Estado Islâmico. 

Ainda de acordo com a Polícia Federal, a conduta configura em crime de corrupção de menores, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e, na medida em que prevê a prática do crime no ambiente virtual, a pena é de um a quatro anos de reclusão para cada jovem recrutado.
Como a conduta visou induzir os menores a cometer infrações previstas na Lei de Terrorismo, considerada como crime hediondo, as penas são aumentadas de um terço.
Adolescentes enviados para a Turquia
No mês passado, o Fantástico, da TV Globo, revelou esquema de tráfico de meninos indígenas da Amazônia para a Turquia. Segundo as investigações da Polícia Federal, a Associação Solidária Humanitária do Amazonas é suspeita de converter os adolescentes e levá-los para a Europa. 
"Se tratam de indígenas em situação de absoluta vulnerabilidade e que se tornam, portanto, presas fáceis para essas organizações criminosas. A apresentação era feita como uma proposta de estudo na Turquia, a fim de que aqueles indígenas tivessem a possibilidade de se tornarem médicos, advogados, teólogos, engenheiros, quando, na verdade, o processo era de servidão, de imposição religiosa, de doutrinação", afirmou ao Fantástico o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Umberto Ramos.
Abdulhakim Tokdemir, líder da Associação Solidária Humanitária do Amazonas, teve passaporte, computador e celular apreendidos e os sigilos fiscal e bancário quebrado. À PF, o turco firmou que não tinha qualquer intenção de converter as vítimas, mas que tinha a obrigação de ensinar o Islã para aqueles que tinham interesse em aprender sobre a religião. 
Ao menos oito pessoas, entre turcos e brasileiros, são suspeitas de envolvimento com o esquema.
 
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