Carla Zambelli acompanhou do hospital o depoimento de Delgatti na CPMILula Marques/EBC
Publicado 18/08/2023 10:08 | Atualizado 18/08/2023 10:43
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está internada desde esta quinta-feira (17), em um hospital de Brasília, após receber diagnóstico de diverticulite aguda. A assessoria da parlamentar confirmou oficialmente sua internação, e a unidade de saúde onde ela se está também divulgou a informação à imprensa. Política foi acusada de ter pago R$ 40 mil ao hacker Walter Delgatti para que ele invadisse o sistema do Poder Judiciário.
“Seu quadro de saúde permanece estável, e Carla expressa sua gratidão pelas manifestações de apoio e votos de recuperação”, diz a nota da deputada.

“O Hospital DF Star informa que a Deputada Federal Carla Zambelli foi admitida neste hospital no dia 15 de agosto com quadro de diverticulite aguda. No momento encontra-se internada para tratamento clínico e antibioticoterapia endovenosa, sem previsão de alta hospitalar”, afirma o comunicado do hospital.
Enquanto se recuperava, a parlamentar acompanhou o depoimento do hacker Walter Delgatti à CPI dos Atos Golpistas diretamente de seu quarto no hospital.

Depoimento

Segundo Walter Delgatti, o encontro em que Jair Bolsonaro lhe ofereceu um indulto para que violasse medidas cautelares da Justiça e invadisse o sistema das urnas eletrônicas para expor supostas vulnerabilidades contou com a participação da deputada Zambelli, de Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara.
"Ele havia concedido indulto ao deputado (Daniel Silveira) e, como eu estava investigado pela (operação) Spoofing, impedido de acessar a internet e trabalhar, eu estava visando esse indulto, que foi oferecido no dia", disse Delgatti à relatora Eliziane Gama (PSD-MA). "Fique tranquilo, se algum juiz te prender, eu mando prender o juiz", teria dito Bolsonaro, de acordo com a versão apresentada por Delgatti. O hacker ainda disse que o ex-presidente riu ao fazer a afirmação.

Em outra ocasião, Zambelli teria mediado uma ligação de Delgatti com Bolsonaro. Na conversa, o ex-presidente teria dito que obteve um grampo do ministro Alexandre de Moraes, mas que o hacker precisaria assumir a autoria do crime. "Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro e ele (Bolsonaro) precisava que eu assumisse esse grampo", disse Delgatti.
A relatora Eliziane afirmou que os elementos apresentados por Delgatti dão "fortes condições" de pedir o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro. Ela ainda argumentou sobre a necessidade de realizar acareações do hacker com Zambelli, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e, eventualmente, o próprio Bolsonaro.

De acordo com o hacker, Bolsonaro ordenou que o coronel Campos o levasse ao Ministério da Defesa para discutir suas propostas. "Isso é uma ordem minha", teria dito Bolsonaro após Câmara declarar que era "complicado" tratar esse assunto com a Defesa. Delgatti disse ter ido ao menos cinco vezes à pasta, onde conversou com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira. Delgatti também afirmou que recebeu R$ 40 mil de Zambelli para invadir sistemas do Poder Judiciário.
A defesa de Jair Bolsonaro tratou todo o depoimento como uma ''calúnia'' e afirmou que entrará com medidas judiciais sobre o caso.
Com informações do IG e Estadão Conteúdo.
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