Publicado 25/08/2023 10:20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tenta liderar uma campanha mundial contra a desigualdade. Em evento na manhã desta sexta-feira, 25, com o presidente de Angola, João Lourenço, o petista disse que é preciso acabar não só com a fome, mas outros tipos de discriminação como por gênero e raça.
"Esse mundo produz alimento para sustentar quantos bilhões de pessoas nascerem. Não tem sentido as milhões de crianças que vão dormir toda noite sem um copo de leite para tomar. Não é porque não tem leite, porque não tem comida. É porque não tem dinheiro porque a concentração de riqueza tem aumentado a cada dia que passa. Cada vez mais o 1% tem mais riqueza e os 50% mais pobres estão cada vez mais pobres", criticou Lula, que está em Luanda, capital angolana.
Para o presidente brasileiro, é preciso que as pessoas — chefes de Estado, sobretudo — indignem-se e adotem o combate à desigualdade como prioridade. "Essa luta só pode dar certo se a gente criar indignação nas pessoas que comem conseguir se indignar com as pessoas que não comem. Se a pessoa que toma café de manhã conseguir se indignar se uma criança não toma café da manhã. Só vamos ganhar essa luta se colocar ela como prioridade em cada discurso, em cada ação. Quem sabe eu possa conseguir convencer a humanidade a se indignar contra a desigualdade", reiterou Lula.
A agenda em Angola faz parte do giro do presidente Lula pelo continente africano. Ele desembarcou no país na noite de quinta, 24, após cumprir agenda de três dias na cúpula de líderes do Brics, na África do Sul. Durante o encontro, o grupo anunciou que pretende ampliar o bloco e convidou Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos para se tornarem membros.
O presidente foi condecorado nesta sexta-feira, 25, com a Ordem Agostinho Neto, oferecida pelo governo angolano a figuras nacionais e estrangeiras, em particular chefes de Estado e líderes políticos. Já Lula entregou a Lourenço a Ordem Nacional Cruzeiro do Sul, a maior honraria concedida pelo governo brasileiro a personalidades estrangeiras.
Em Angola, o petista cumprirá agenda de dois dias. Estão previstas assinatura de atos de cooperação, participação em fórum econômico e encontros com autoridades angolanas.
A viagem de Lula pelo continente africano ainda terá uma parada em São Tomé e Príncipe. Nas últimas semanas, o presidente tem defendido a necessidade de uma reaproximação do Brasil com os países da África.
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