Publicado 29/08/2023 18:10
Brasília - É enganoso o post que usa um vídeo do senador Magno Malta (PL-SE) para acusar o Partido dos Trabalhadores (PT) de oferecer R$ 50 bilhões para que a Justiça Eleitoral tornasse todos os integrantes do Partido Liberal (PL) inelegíveis. Apesar de o vídeo do senador e a ação comentada por ele na gravação serem reais, Malta não menciona o valor no vídeo publicado e nem existem evidências de que petistas ofereceram dinheiro para interferir em decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conteúdo investigado: Publicações nas redes sociais resgatam vídeo de 9 de dezembro de 2022 do senador Magno Malta , em que afirma que o PT entrou com um pedido de inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra ele e outros integrantes do PL, incluindo o ex-presidente Bolsonaro. Sobre o vídeo, foi aplicado um texto com a seguinte frase: "PT ofereceu 50 bilhões para TSE tornar inelegíveis todos deputados e senadores do PL".
Onde foi publicado: TikTok e Facebook.
Conclusão do Comprova: É enganoso o post que distorce o conteúdo de um vídeo do senador Magno Malta publicado no dia 9 de dezembro de 2022, na rede social X (antigo Twitter), no qual ele menciona duas ações da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo a inelegibilidade do então presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice, general Braga Netto (PL). O vídeo traz, em formato de texto, a acusação de que o PT teria oferecido dinheiro aos ministros do TSE para tornarem parlamentares do PL inelegíveis, mas não há qualquer registro dessa acusação, que não foi feita nem mesmo por Malta.
A primeira ação (0601987-47.2022.6.00.0000) cita abuso de poder econômico de Bolsonaro por ampliação de programas sociais no período eleitoral.
A segunda ação (0601988-32.2022.6.00.0000) acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Cita ainda tentativa de colocar em dúvida a segurança das urnas e a lisura do processo eleitoral. O documento também pede a condenação e inelegibilidade de aliados de Bolsonaro como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta e deputados federais do partido.
Na época, o ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, aceitou a ação e deu prazo para os citados se manifestarem. O processo segue aberto e ainda sem decisão.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 25 de agosto, a postagem original no TikTok contava com 465,8 mil visualizações, 36,2 mil curtidas e 15 mil compartilhamentos. A postagem no Facebook soma 68 mil visualizações, 7,4 mil reações e 3,7 mil comentários.
Como verificamos: Em primeiro lugar, buscamos no Google pelos termos "PT TSE 50 bilhões". Os dois primeiros resultados trazem verificações já realizadas sobre a mesma publicação, uma do Estadão Verifica e outra da AFP. Nessa pesquisa, não foi encontrada nenhuma notícia ou link que confirme a informação do texto sobre o vídeo.
Em seguida, buscamos o vídeo original do senador Magno Malta e encontramos a publicação em suas redes sociais no dia 9 de dezembro de 2022. Também buscamos informações no site do TSE e em matérias na imprensa sobre a ação citada pelo senador. Por fim, entramos em contato com o TSE e com o autor da publicação.
Não há indícios de oferecimento de R$ 50 bilhões por parte do PT ao TSE
Onde foi publicado: TikTok e Facebook.
Conclusão do Comprova: É enganoso o post que distorce o conteúdo de um vídeo do senador Magno Malta publicado no dia 9 de dezembro de 2022, na rede social X (antigo Twitter), no qual ele menciona duas ações da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo a inelegibilidade do então presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice, general Braga Netto (PL). O vídeo traz, em formato de texto, a acusação de que o PT teria oferecido dinheiro aos ministros do TSE para tornarem parlamentares do PL inelegíveis, mas não há qualquer registro dessa acusação, que não foi feita nem mesmo por Malta.
A primeira ação (0601987-47.2022.6.00.0000) cita abuso de poder econômico de Bolsonaro por ampliação de programas sociais no período eleitoral.
A segunda ação (0601988-32.2022.6.00.0000) acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Cita ainda tentativa de colocar em dúvida a segurança das urnas e a lisura do processo eleitoral. O documento também pede a condenação e inelegibilidade de aliados de Bolsonaro como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta e deputados federais do partido.
Na época, o ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, aceitou a ação e deu prazo para os citados se manifestarem. O processo segue aberto e ainda sem decisão.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 25 de agosto, a postagem original no TikTok contava com 465,8 mil visualizações, 36,2 mil curtidas e 15 mil compartilhamentos. A postagem no Facebook soma 68 mil visualizações, 7,4 mil reações e 3,7 mil comentários.
Como verificamos: Em primeiro lugar, buscamos no Google pelos termos "PT TSE 50 bilhões". Os dois primeiros resultados trazem verificações já realizadas sobre a mesma publicação, uma do Estadão Verifica e outra da AFP. Nessa pesquisa, não foi encontrada nenhuma notícia ou link que confirme a informação do texto sobre o vídeo.
Em seguida, buscamos o vídeo original do senador Magno Malta e encontramos a publicação em suas redes sociais no dia 9 de dezembro de 2022. Também buscamos informações no site do TSE e em matérias na imprensa sobre a ação citada pelo senador. Por fim, entramos em contato com o TSE e com o autor da publicação.
Não há indícios de oferecimento de R$ 50 bilhões por parte do PT ao TSE
A alegação inserida posteriormente sobre o vídeo, de que o PT teria oferecido R$ 50 bilhões para que o Tribunal Superior Eleitoral tornasse todos os deputados e senadores do PL inelegíveis, não foi noticiada por nenhum veículo de comunicação. Ao pesquisar no Google, por exemplo, por palavras-chave como "PT PL TSE 50 bilhões", não há nenhuma correspondência sobre o assunto.
Entramos em contato com o TSE sobre a veracidade da alegação apresentada no vídeo. No entanto, até o momento, não tivemos respostas do tribunal.
Magno Malta, autor da publicação original, em momento algum cita essa suposta movimentação financeira entre o PT e o TSE. À agência de verificação AFP Checamos, a assessoria do senador capixaba confirmou que essa informação é falsa: "O senador jamais proferiu tais palavras relacionadas a dinheiro. Na verdade, o conteúdo original do vídeo abordava uma discussão sobre uma ação que envolvia não apenas o senador, mas também outros membros do partido".
O primeiro processo
Entramos em contato com o TSE sobre a veracidade da alegação apresentada no vídeo. No entanto, até o momento, não tivemos respostas do tribunal.
Magno Malta, autor da publicação original, em momento algum cita essa suposta movimentação financeira entre o PT e o TSE. À agência de verificação AFP Checamos, a assessoria do senador capixaba confirmou que essa informação é falsa: "O senador jamais proferiu tais palavras relacionadas a dinheiro. Na verdade, o conteúdo original do vídeo abordava uma discussão sobre uma ação que envolvia não apenas o senador, mas também outros membros do partido".
O primeiro processo
Esta ação segue em curso e a última atualização é de 27 de julho de 2023. Nela, a coligação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, envolveu somente a chapa presidencial do PL. Os partidos pedem ao TSE a inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro e de seu candidato a vice, Braga Netto, por crimes eleitorais que configurariam abuso do poder político e econômico.
O segundo processo
O segundo processo
O processo da ação em que Magno Malta está inserido e cita no vídeo ainda está em tramitação. A última atualização é de 23 de agosto de 2023, às 19h21. Ao todo, foi pedida a inelegibilidade de nove pessoas, incluindo deputados federais e senadores, assim como Malta. A lista completa consta a seguir:
Beatriz Kicis Torrents de Sordi (PL-DF)
Carla Zambelli Salgado de Oliveira (PL-SP)
Eduardo Nantes Bolsonaro (PL-SP)
Flávio Nantes Bolsonaro (PL-RJ)
Gustavo Gayer Machado de Araújo (PL-GO)
Jair Messias Bolsonaro (PL)
Magno Pereira Malta (PL-ES)
Nikolas Ferreira de Oliveira (PL-MG)
Walter Souza Braga Netto (PL)
Beatriz Kicis Torrents de Sordi (PL-DF)
Carla Zambelli Salgado de Oliveira (PL-SP)
Eduardo Nantes Bolsonaro (PL-SP)
Flávio Nantes Bolsonaro (PL-RJ)
Gustavo Gayer Machado de Araújo (PL-GO)
Jair Messias Bolsonaro (PL)
Magno Pereira Malta (PL-ES)
Nikolas Ferreira de Oliveira (PL-MG)
Walter Souza Braga Netto (PL)
Condenação de Bolsonaro
O Plenário do TSE declarou por maioria de votos (5 a 2), no dia 30 de junho de 2023 , a inelegibilidade de Bolsonaro. A partir das eleições de 2022, ele não poderá participar de processos eleitorais por oito anos.
A Justiça acatou pedido do PDT de 2022, anterior ao apurado por esta verificação do Comprova, e considerou a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022. No encontro, Bolsonaro abordou alegações falsas sobre o sistema eleitoral e fez ataques aos ministros do TSE. A reunião foi transmitida pela TV Brasil.
Ao proclamar o resultado do julgamento, o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, ressaltou que a reunião promovida pelo ex-presidente teve interesse em instigar o seu eleitorado e outros eleitores indecisos contra o sistema eleitoral e contra as urnas eletrônicas. "Não são opiniões possíveis, são mentiras fraudulentas", disse Moraes.
O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil @crazy_keik_monstro4.1 pelo TikTok, mas a rede social não permite a troca de mensagens por perfis que não se seguem mutuamente. Encontramos o autor da publicação no Instagram e no Facebook, mas não tivemos resposta até o dia 24 de agosto.
O que podemos aprender com esta verificação: A publicação de vídeos antigos é uma tática comum para a disseminação de conteúdos com desinformação. Utilizá-los fora do contexto dá a entender que são atuais. Além disso, o texto faz uma denúncia com termos alarmantes para reforçar a intenção do desinformador.
Ao encontrar esse tipo de conteúdo, procure identificar a data de publicação e o contexto do vídeo original e se a denúncia em questão é fundamentada em fatos, ou seja, se há notícias publicadas por veículos de comunicaçã jornalísticos trazendo essa informação.
Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: Estadão Verifica e AFP também verificaram a publicação e concluíram que ela é falsa. No início de junho, o mesmo vídeo do senador Magno Malta foi utilizado em uma outra peça de desinformação, checada também por Aos Fatos, AFP e Lupa.
Conteúdos sobre a atuação do Tribunal Superior Eleitoral costumam ser alvos de desinformação e já foram verificados pelo Comprova. Em abril, o projeto mostrou que homem engana ao repostar vídeo antigo com denúncia sobre votos de pessoas falecidas. Já em dezembro de 2022, foi checado vídeo que dissemina informações falsas sobre Alexandre de Moraes, fraudes nas eleições e prisão de indígenas.
A Justiça acatou pedido do PDT de 2022, anterior ao apurado por esta verificação do Comprova, e considerou a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022. No encontro, Bolsonaro abordou alegações falsas sobre o sistema eleitoral e fez ataques aos ministros do TSE. A reunião foi transmitida pela TV Brasil.
Ao proclamar o resultado do julgamento, o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, ressaltou que a reunião promovida pelo ex-presidente teve interesse em instigar o seu eleitorado e outros eleitores indecisos contra o sistema eleitoral e contra as urnas eletrônicas. "Não são opiniões possíveis, são mentiras fraudulentas", disse Moraes.
O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil @crazy_keik_monstro4.1 pelo TikTok, mas a rede social não permite a troca de mensagens por perfis que não se seguem mutuamente. Encontramos o autor da publicação no Instagram e no Facebook, mas não tivemos resposta até o dia 24 de agosto.
O que podemos aprender com esta verificação: A publicação de vídeos antigos é uma tática comum para a disseminação de conteúdos com desinformação. Utilizá-los fora do contexto dá a entender que são atuais. Além disso, o texto faz uma denúncia com termos alarmantes para reforçar a intenção do desinformador.
Ao encontrar esse tipo de conteúdo, procure identificar a data de publicação e o contexto do vídeo original e se a denúncia em questão é fundamentada em fatos, ou seja, se há notícias publicadas por veículos de comunicaçã jornalísticos trazendo essa informação.
Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: Estadão Verifica e AFP também verificaram a publicação e concluíram que ela é falsa. No início de junho, o mesmo vídeo do senador Magno Malta foi utilizado em uma outra peça de desinformação, checada também por Aos Fatos, AFP e Lupa.
Conteúdos sobre a atuação do Tribunal Superior Eleitoral costumam ser alvos de desinformação e já foram verificados pelo Comprova. Em abril, o projeto mostrou que homem engana ao repostar vídeo antigo com denúncia sobre votos de pessoas falecidas. Já em dezembro de 2022, foi checado vídeo que dissemina informações falsas sobre Alexandre de Moraes, fraudes nas eleições e prisão de indígenas.
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