Luanna Rezende e Juscelino FilhoReprodução: redes sociais
Publicado 01/09/2023 09:39 | Atualizado 01/09/2023 10:19
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Maranhão - A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira, 1º, uma operação contra supostos desvios de verbas federais na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A Operação Benesse, que mira uma quadrilha responsável por fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, tem como um dos alvos Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire, Maranhão, e irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Ela foi afastada do cargo e é alvo de busca e apreensão.

Ao todo, os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades maranhenses Luanna Rezende, São Luís e Bacabal. Também foi solicitado buscas contra Juscelino Filho ao ministro Luís Roberto Barroso, no âmbito desta investigação, mas o ministro negou o pedido. A corporação não divulgou o nome de todos os investigados.

Em janeiro, o "Estadão" revelou que Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a prefeitura de Vitorino Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no município maranhense. A pedido de Juscelino, durante seu mandato como deputado federal pelo União Brasil, os recursos foram parar na prefeitura da irmã.

A empresa contratada pelo município para tocar a obra é de um amigo de longa data dele. E o engenheiro Codevasf que assinou o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação foi indicado por seu grupo político.
Loteada pelo Centrão, a Codevasf operacionalizou a distribuição de verbas do orçamento secreto. Ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro ganharam mais de R$ 36 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire.

De acordo com a PF, a ofensiva é um desdobramento da Operação Odoacro, que já teve duas fases ostensivas abertas — em julho e outubro do ano passado. As diligências cumpridas nesta sexta miram o "núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense", indicou a corporação.
- 1ª fase: 20 de julho de 2022 – Operação Odoacro
- 2ª fase: 5 de outubro de 2022 – Operação Odoacro 2
- 3ª fase: 1º de setembro de 2023 – Operação Benesse

A investigação se debruça sobre supostos crimes de fraude à licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva. O nome da ofensiva, Benesse, está ligado aos indícios de que o "líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio".

"Denominou-se esta fase investigativa de 'benesse', que segundo o dicionário Oxford significa 'vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho'", indicou a PF.
Com um orçamento de R$ 2,7 bilhões em 2022, a Codevasf é uma das empresas públicas mais cobiçadas por políticos, sobretudo pelo Centrão.
Vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, ela desenvolve projetos sustentáveis de irrigação das bacias hidrográficas em que atua. A estatal foi criada em 1974 para atuar principalmente no entorno do Rio São Francisco, mas, com o passar do tempo, teve sua atuação e orçamento aumentados.

*Com informações do Estadão Conteúdo
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