A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina SilvaFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Publicado 05/10/2023 15:20 | Atualizado 05/10/2023 15:23
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Brasília - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou, nesta quinta-feira (5), em Brasília, do 7º Fórum Nacional de Controle, com o tema Desenvolvimento Sustentável e o Controle – Conectando Fiscalizações, Governança e Sustentabilidade.
No evento organizado pelo Tribunal de Constas da União (TCU), a ministra Marina Silva adiantou que a redução do desmatamento na Amazônia deve alcançar 50%, no monitoramento de setembro. Em agosto, a queda do desmatamento no bioma registrada foi 48%.
“Provavelmente, nesse mês de setembro, vai aumentar um pouquinho de 48% para 50% a redução do desmatamento [na Amazônia]. No estado do Amazonas, a redução foi de 64% e uma redução de 50% nas queimadas”, celebra Marina Silva.
"Mesmo assim, temos que quebrar a inércia dos resultados já alcançados porque para o planeta e para nós mesmos ainda são insuficientes”, não se acomoda, diz Marina Silva.
A ministra também apontou os efeitos combinados do fenômeno natural El Niño e do aquecimento das águas do oceano Atlântico, este último resultado das mudanças climáticas, que acarretaram eventos extremos. Ela citou alguns efeitos como as fortes chuvas no Rio Grande do Sul e, paralelamente, a seca nos rios do Amazonas e as mortes de toneladas de peixes e de mais de 100 botos e tucuxis, porque a temperatura das águas dos rios chegou a 39º graus Celsius.
A ministra entende que o Brasil poderá ser um grande exportador de sustentabilidade. “Já temos o Plano de Transformação Ecológica; o Plano de Agricultura de Baixo Carbono e estamos com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento para todos os biomas brasileiros. Não é fácil, mas, com certeza, não é impossível. Sendo olhados, sendo vistos, criaremos o necessário constrangimento ético para toda a humanidade de que o que estamos fazendo ainda é insuficiente”.
Marina propôs um acordo para a questão ambiental, como ocorreu no sistema financeiro mundial, como forma de preservar a natureza. “Temos que fazer um acordo da Basileia também para o planeta. Só podem existir atividades, se tiver lastro na natureza, capacidade de suporte da natureza. Se não tiver, essas atividades não podem ser feitas”. O Acordo de Basileia, de 1988, teve o objetivo de regular o funcionamento de bancos e diversas instituições financeiras mundiais.
No fim de sua fala, Marina Silva questionou a forma como ela e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foram tratadas, em viagem a Manaus (AM), nesta quarta-feira (4), para conferir a situação de alerta dos municípios do Amazonas, devido à seca. As duas ministras acompanharam o vice-presidente Geraldo Alckmin, na visita da comitiva do governo federal. “Ontem, as palavras mais duras foram dirigidas a mim e à ministra Soninha [Guajajara]. E eu pensei o porquê. Quando os povos indígenas protegem 80% das florestas existentes no planeta, as palavras duras foram dirigidas a nós. Às vezes, a consciência da gente projeta em outro alguém aquilo que não queremos assumir como responsabilidade”, disparou a ministra.
Nesta quarta-feira (4), a ministra foi criticada por políticos locais pela demora na concessão da licença ambiental para pavimentação da rodovia federal BR-319, que liga o Amazonas a Porto Velho (RO) e ao restante do país. Na ocasião, a ministra disse que este é um processo técnico e estudos estão sendo realizados para verificar a viabilidade das obras na BR, sem impactar a sustentabilidade local. “Ninguém dificulta, ninguém facilita”, esclareceu a ministra, em Manaus, na quarta-feira.
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