Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo PimentaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 13/10/2023 14:47 | Atualizado 13/10/2023 14:53
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O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse que não interessa ao Brasil, neste momento, uma possível reavaliação do grupo Hamas, classificando-o como terrorista. Segundo o ministro, uma nova classificação do grupo, sem seguir o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), faria com que o país perdesse seu papel como mediador e sua capacidade de condução ao cessar-fogo.
"Não cabe ao país, ao governo qualquer tipo de relação que não seja uma relação institucional de país para país. Quem fala pela autoridade palestina é o presidente da Palestina; quem fala por Israel, é o presidente de Israel e é assim que estamos mantendo o diálogo", disse, em entrevista nesta sexta-feira, 13, à BandNews. "A partir do momento que mergulhássemos em questões internas de grupos A ou B que existem e têm seus posicionamentos, nós perderíamos nosso papel de mediador responsável e capaz neste momento de conduzirmos um caminho que possa levar ao cessar-fogo e ao final da guerra."
Pimenta disse que o Brasil tem uma longa tradição de mediação de conflitos e destacou o diálogo que o país mantém tanto com a Palestina como Israel. De acordo com o ministro, o Brasil está trabalhando pela paz e não irá se afastar desse objetivo.
O ministro voltou a falar que o Brasil segue a classificação do Conselho de Segurança da ONU, que não identifica o grupo Hamas como terrorista. Pimenta disse que, no momento, o que interessa ao Brasil é a promoção da paz e a repatriação de brasileiros.
"Cabe ao Conselho de Segurança da ONU a decisão de classificar Hamas como terrorista, não cabe a nenhum país", disse ele. "Essa posição do Brasil de orientar a sua conduta a partir das resoluções da ONU foi o que sempre permitiu que nós pudéssemos ser um país reconhecido e capaz de atuar na mediação de conflitos", comentou.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vem sendo criticado pela oposição por falta de uma posição e condenação enfática do governo federal contra o grupo terrorista. Na avaliação de Pimenta, no entanto, "não cabe ao governo, não interessa ao Brasil transformar mais esse episódio dramático num capítulo interminável de uma disputa política que, para nós, acabou na eleição".
O ministro reiterou que o governo condena a guerra e qualquer ato de violência contra a população civil. Segundo ele, o que interessa ao Brasil neste momento é o fim do conflito e a garantia de que famílias brasileiras sejam repatriadas com segurança. "Qualquer motivo além disso, neste momento, não interessa para o Brasil."
No período da manhã, Lula participou de videoconferência com ministros no Palácio da Alvorada. A reunião remota teve início às 9h30 e contou com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom), Celso Amorim (Assessor-Chefe da Assessoria Especial do presidente), Marco Aurélio Marcola (Chefe do Gabinete Pessoal do presidente) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Segundo o ministro, a guerra em Israel foi a principal pauta do encontro virtual.
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