Publicado 04/11/2023 10:49
Agentes do Ministério Público do Distrito Federal prenderam preventivamente, na manhã deste sábado (4), o ex-diretor geral da Polícia Civil, Robson Cândido, em Brasília. O suspeito é acusado de usar indevidamente os recursos da instituição para perseguir a ex-mulher. A prisão ocorreu após denúncias da vítima e da ex-amante, que relataram diversas ameaças e violências cometidas pelo ex-policial.
De acordo com reportagem exibida pelo Bom Dia Brasil, da Rede Globo, Robson não aceitava o fim do relacionamento e passou a utilizar viaturas descaracterizadas, escutas telefônicas sem autorização para ameaçar e perseguir a vítima. Além da vítima, que diz ter sido amante de Cândido, a esposa dele também já havia feito denúncia contra o delegado por ameaça.
A operação, conduzida pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do MPDFT, também cumpriu mandados de busca e apreensão na 19ª Delegacia de Polícia, localizada no bairro de Ceilândia. O alvo seria o delegado daquela unidade, Thiago Peralva.
O agente seria suspeito de fornecer viaturas descaracterizadas, telefones corporativos e carros oficiais para facilitar os crimes contra as vítimas. Peralva ainda teria incluído o telefone da ex-esposa de Robson em uma interceptação para apurar crimes de tráfico de drogas. No entanto, ainda segundo a reportagem, a informação era utilizada para Robson localizá-la em tempo real e, segundo os promotores, a declaração "fortalece os indícios da utilização indevida da medida de monitoramento para prática do delito de stalking".
Ex-diretor pediu exoneração em outubro
Robson Cândido está há 33 anos na Polícia Civil, dos quais, oito foram cumpridos no estado de Goiás. Também atuou como delegado plantonista em 10 cidades do DF, além de cartorário e adjunto. Em outubro de 2019, foi conduzido para a chefia da corporação, após votação feita pela corporação, após o governador Ibaneis Rocha indicar uma lísta tríplice de indicados.
No início de outubro deste ano, Cândido pediu exoneração da função para "cuidar de problemas pessoais". No seu lugar, entrou o chefe de gabinete, José Werick Carvalho.
A reportagem do DIA não conseguiu localizar a defesa do ex-diretor. O espaço está aberto para manifestação.
Procurada, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que, "por se tratar de operação do Ministério Público" as demandas devem ser encaminhadas ao órgão.
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