Publicado 08/11/2023 14:49 | Atualizado 08/11/2023 15:16
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 8, a Operação Trapiche. Os agentes prenderam dois homens suspeitos de envolvimento no recrutamento de brasileiros para atentados terroristas que seriam promovidos no país pelo grupo Hezbollah. De acordo com os agentes, os ataques seriam cometidos contra prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas.
As prisões ocorreram em São Paulo. A PF cumpriu ainda 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. Um dos homens foi detido ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, vindo do Líbano. Segundo a Polícia Federal, os suspeitos seriam financiados pelo grupo terrorista para recrutar brasileiros para as ações.
Ambos os presos são brasileiros descendentes de libaneses. Eles não tiveram as identidades reveladas pela PF. A Operação Trapiche foi deflagrada com vistas a interromper os preparativos para os ataques e impedir o trabalho de cooptação de pessoas para a execução dos atentados.
Os presos podem ser enquadrados na Lei do Terrorismo pelos crimes de construir ou integrar organização terrorista e preparar atentados. Se condenados, as penas somadas chegam a 15 anos e seis meses. Esses delitos são considerados hediondos e inafiançáveis. Para eles, não há possibilidade de anistia ou indulto.
O que é o Hezbollah
O Hezbollah surgiu em 1982, durante a guerra civil do Líbano. O grupo islâmico xiita foi criado para defender os muçulmanos dos ataques das milícias cristãs, que contavam com o apoio de Israel. Seus fundadores foram clérigos muçulmanos que buscavam a expulsão das tropas israelenses do território libanês.
O Hezbollah prega o fim do Estado de Israel e conta com o apoio do Irã. Atualmente, seu poderio militar supera o do próprio exército do Líbano. Após os ataques do Hamas de 7 de outubro, o Hezbollah ameaçou iniciar uma guerra contra os judeus em território israelense. Apontado como autor ou financiador de vários atentados, o grupo é classificado pelos Estados Unidos e por vários países da Europa como “organização terrorista”.
No Brasil, já surgiram denúncias da atuação do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira, principalmente na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. O grupo teria empresas de fachada, usadas para o recrutamento de futuros militantes e a lavagem de dinheiro, que seria utilizado em ações terroristas.
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