EAD se popularizou bastante com a pandemia de Covid-19Reprodução
Publicado 28/11/2023 13:52
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A Educação à Distância (EAD) ganha cada vez mais espaço no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Ministério da Educação (MEC), a modalidade cresceu 474% entre 2011 e 2021 e, com base em levantamento feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), neste ano de 2023, a previsão é que 2,2 milhões de matrículas tenham sido de aulas à distância, somando 51% do total de alunos no Brasil.

Márcia Pena, diretora da Faculdade Anhanguera, avalia que a EAD possui várias vantagens, como flexibilidade, acessibilidade e capacidade de atender a uma audiência global, fator este, que amplia perspectivas e traz diversos pontos de vista sobre um determinado tema.

“A EAD é uma ferramenta que possibilita o acesso a metodologias educacionais que consideram diversas realidades sociais e tipos de linguagens. Além disso, oportuniza a interação com pessoas de qualquer lugar do mundo, ampliando assim, as perspectivas culturais desse estudante. Isso enriquece a experiência de aprendizagem, pois proporciona aos alunos uma compreensão mais ampla e contextualizada do conhecimento”, afirma.

Márcia explica ainda, que o aprendizado em ambientes virtuais, cria uma dinâmica que potencializa as habilidades interpessoais, como empatia, comunicação eficaz e respeito mútuo.
“Esses fatores pedagógicos de diversidade contribuem para o combate aos estereótipos e preconceitos devido às múltiplas identidades culturais. O resultado disso, são cidadãos globalmente conscientes e culturalmente competentes, sobretudo no contexto de desenvolvimento de habilidades socioemocionais e comportamentais, as chamadas soft skills, que ganham cada vez mais relevância no mercado de trabalho, afirma.

O relatório The Future of Jobs 2020, do Fórum Econômico Mundial, por exemplo, estipula que, em cinco anos, 85 milhões de empregos poderão ser ocupados por máquinas. Fazendo um paralelo com esse contexto, Mauro explica que, a resposta para qualquer questionamento em torno de qual será o espaço para quem é de carne e osso em um mundo altamente digital, compreende-se em “emoções”, ou então: habilidades socioemocionais.
Este mesmo relatório mostra ainda, que serão essas as características mais demandadas dos profissionais, justamente por serem aspectos que – pelo menos por enquanto – só podem ser encontrados em pessoas.
“Resiliência, empatia, fluência de ideias, relação interpessoal, senso de organização. Essas habilidades já estão sendo vistas como diferenciais. Em pouco tempo, inclusive, essas virtudes serão exigências básicas em qualquer processo de recrutamento. Estamos nos adaptando à Quarta Revolução Industrial, com a inteligência artificial e a robótica avançando de forma acelerada. Dessa forma, as competências técnicas passam a competir diretamente com as chamadas competências emocionais”, analisa. Márcia indica ainda alguns pontos importantes sobre a diversidade da EAD e soft skills. Confira:

• Acesso à educação: o EAD oferece a oportunidade de acesso à educação para pessoas de diferentes origens, independentemente de suas localizações geográficas, condições físicas ou compromissos pessoais e profissionais. Isso contribui para a democratização do acesso ao conhecimento;

• Flexibilidade para diferentes realidades: estudantes da EAD podem estar em diferentes fases da vida, com diversas responsabilidades, como trabalho, família e outras atividades. A flexibilidade oferecida pela EAD acomoda essas diversas realidades, permitindo que mais pessoas tenham acesso à educação.

• Ambiente colaborativo global: estudar on-line permite a interação entre alunos de diversas partes do mundo. Isso cria oportunidades para a construção de redes globais, promovendo a compreensão intercultural e o compartilhamento de conhecimento em uma escala nacional e global;

• Respeito à diversidade linguística: o EAD pode incorporar opções multilíngues para acomodar falantes de diferentes idiomas. Isso ajuda a superar barreiras linguísticas e a promover a inclusão de estudantes de diversas origens linguísticas;

• Desafio de estereótipos: ao criar ambientes de aprendizado diversificados, a EAD contribui para desafiar estereótipos e preconceitos. Os alunos têm a oportunidade de interagir com colegas que podem desafiar suas percepções, promovendo uma mentalidade mais aberta.

• Desenvolvimento de habilidades interculturais: a interação em ambientes EAD inclui a compreensão e o respeito por diferentes valores, tradições e normas culturais;

• Colaboração virtual: o EAD implica em atividades colaborativas on-line, essas interações fornecem oportunidades para os alunos desenvolverem habilidades interpessoais, comunicação eficaz e trabalho em equipe;

• Autogestão: estudar on-line exige autodisciplina e organização por parte dos alunos. Ao gerenciar seu próprio tempo e tarefas, os estudantes podem desenvolver habilidades de autocontrole, responsabilidade e autodireção;

• Adaptação a diferentes estilos de aprendizagem: o EAD é flexível no ritmo e na abordagem de aprendizagem, permitindo que os alunos escolham métodos que se alinhem melhor ao seu estilo individual. Isso contribui para o desenvolvimento da autoconsciência e do autoconhecimento.
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