Publicado 07/12/2023 15:50
O físico, professor e fundador do Museu da Amazônia (Musa) Ennio Candotti morreu nesta quarta-feira, 6, aos 81 anos, de acordo com o Musa e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). "Figura emblemática da ciência brasileira", disse o ABC para definir o cientista, que era presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) desde 1991 e dirigia, até então, o Musa.
Em suas redes sociais, o Musa comunicou luto e disse que permanecerá fechado a partir desta quinta-feira, 7, por tempo indeterminado. O velório será nesta sexta, 8, das 9h às 15h, no próprio museu.
"Muito difícil aceitar essa perda, pois a atuação sólida, abrangente e consistente do Ennio na universidade, na SBPC, no MUSA, na defesa da ciência e da democracia, deu-lhe uma aura de imortalidade. E não abro mão do reconhecimento dessa aura: Ennio vive, estará sempre entre nós!", comentou Luiz Davidovich, ex-presidente da ABC, em uma publicação no site da Academia.
De acordo com a ABC, Candotti nasceu na Itália em 1942 e chegou ao Brasil em 1952. Aqui, graduou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP). Depois, também recebeu o título pela Università degli studi di Napoli, na Itália, mas viveu a maior parte de sua vida no Brasil. Durante sua trajetória acadêmica, deu aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O cientista também participou da criação e foi diretor, por alguns anos, das revistas Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças e Ciência Hoy — este último, na Argentina. "Visionário, Ennio sempre acreditou na ciência e na divulgação científica como impulsionadores do desenvolvimento do País", escreveu a Ciência Hoje em uma publicação sobre o falecimento de Candotti.
Em 2002, Candotti fundou, junto a cientistas e comunicadores indianos e de outros países, a International Union of Scientific Communicators, associação de comunicação científica com sede em Mumbai, na Índia. E por este, dentre outros motivos, recebeu em 1998 o Prêmio Kalinga da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sobre popularização da Ciência.
Em 2009, o cientista criou e passou a dirigir, em Manaus, na Reserva Florestal A. Ducke, o Museu da Amazônia e o Jardim Botânico a ele associado. Era muito dedicado e intimamente ligado ao museu e à cidade, o que fez com que ele recebesse o título de Cidadão Amazonense em 2019. Também foi membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de 2003 a 2007 e de 2011 a 2015.
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