Publicado 11/12/2023 13:21 | Atualizado 11/12/2023 13:26
Rio - O colapso da mina da Braskem em Maceió, Alagoas, é apenas mais uma das polêmicas que a empresa acumula. Desde incidentes ambientais até envolvimento com corrupção, a petroquímica se envolveu em episódios controversos ao longo dos últimos anos.
Em 21 de maio de 2011, o rompimento de uma tubulação na unidade industrial da Braskem em Maceió gerou uma nuvem de gás tóxico que atingiu o bairro de Trapiche da Barra. Cento e vinte nove pessoas deram entrada no Hospital Geral do Estado. Na ocasião, a empresa foi multada em R$ 583.333,28 pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.
Dois dias depois, em 23 de maio de 2011, uma explosão no mesmo local causou lesões a seis trabalhadores. De acordo com reportagem da revista "Exame", por causa desses dois incidentes, a Braskem assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, em Alagoas, e as medidas reparatórias corresponderam a R$ 1,5 milhão.
A Braskem também tomou espaço nos noticiários em 2016, na época da Operação Lava Jato. Após se envolver em denúncias, a petroquímica, controlada então pelo grupo Odebrecht, atual Novonor, assinou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal para colaborar com as investigações e concordou em pagar uma multa de R$ 3,1 bilhões. No mesmo ano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que, entre 2006 e 2014, a empresa pagou U$S 250 milhões em propina a funcionários.
As polêmicas se acumulam, ainda, nas questões ambientais e vão além de Alagoas. Em agosto de 2021, a empresa foi multada em R$ 680.735 pela Cetesb, a Companhia Ambiental de São Paulo. O motivo foi um vazamento de poluentes na companhia no Polo Petroquímico do ABC, em Santo André.
A zona que colapsou no último domingo (10) em Maceió, Alagoas, é afetada há anos. De acordo com balanço da Braskem, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2021, a empresa pagou 9.084 indenizações a famílias retiradas das áreas afetadas pela mineração, no bairro de Mutange. Com auxílios financeiros e honorários de advogados, os valores passaram de R$ 1,9 bilhão. Em maio de 2023, a 1ª Vara Cível de Maceió determinou o ressarcimento de R$ 96 milhões a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) pelos prejuízos na estrutura do sistema de saneamento causados pelos afundamentos.
O que diz a Braskem
Procurada por O DIA, a Braskem afirmou que após movimentações atípicas serem registradas no entorno da mina 18, neste domingo (10), as autoridades foram imediatamente comunicadas. A petroquímica enfatizou que segue colaborando com o poder público e manifestou solidariedade "irrestrita a todos os moradores da cidade de Maceió". A prioridade, segundo a empresa, segue sendo a segurança das pessoas. "É para isso que trabalhamos incansavelmente há quatro anos nos trechos da cidade afetados pelo afundamento do solo."
A empresa também se manifestou em relação aos demais casos citados.
Confira a nota na íntegra
Durante os eventos ocorridos nos dias 21 e 23 de maio de 2011 na unidade industrial de Cloro-Soda em Maceió, Alagoas, a Braskem acionou imediatamente todos os sistemas de combate a emergência e prestou assistência a todos os trabalhadores e membros das comunidades impactados, assim como interrompeu a produção até que as condições de segurança fossem restabelecidas.
Os acidentes foram investigados por uma comissão técnica e as providências necessárias para eliminar as suas causas, como a introdução de proteções adicionais de segurança e confiabilidade de processo, com o apoio técnico de consultoria internacional, foram devidamente adotadas e apresentadas às autoridades competentes. A unidade industrial foi inspecionada e a implementação das medidas adicionais de segurança constatada pelas autoridades alagoanas e sindicatos.
Em relação à Lava Jato, a Braskem colaborou com as autoridades, cumpriu integralmente os acordos que assinou e teve resultados de conformidade reconhecidos por auditores externos. A Braskem tem hoje um sistema de conformidade robusto e em constante desenvolvimento.
Quanto às multas aplicadas pela Cetesb em 2021 no Polo Petroquímico de Capuava (SP), elas foram discutidas tecnicamente com o órgão ambiental e se referem a eventos pontuais que não causaram nenhum dano ambiental.
Os acidentes foram investigados por uma comissão técnica e as providências necessárias para eliminar as suas causas, como a introdução de proteções adicionais de segurança e confiabilidade de processo, com o apoio técnico de consultoria internacional, foram devidamente adotadas e apresentadas às autoridades competentes. A unidade industrial foi inspecionada e a implementação das medidas adicionais de segurança constatada pelas autoridades alagoanas e sindicatos.
Em relação à Lava Jato, a Braskem colaborou com as autoridades, cumpriu integralmente os acordos que assinou e teve resultados de conformidade reconhecidos por auditores externos. A Braskem tem hoje um sistema de conformidade robusto e em constante desenvolvimento.
Quanto às multas aplicadas pela Cetesb em 2021 no Polo Petroquímico de Capuava (SP), elas foram discutidas tecnicamente com o órgão ambiental e se referem a eventos pontuais que não causaram nenhum dano ambiental.
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