Publicado 13/12/2023 12:14
A farmacêutica Organon se manifestação sobre a votação ocorrida nesta terça-feira, 12, pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a sentença que obrigou a empresa a pagar uma indenização de R$ 300 mil por suspender a distribuição do implante hormonal Riselle. O placar, apertado, foi de 3 votos a 2. A Organon ainda pode recorrer.
"A Organon, empresa de saúde com foco no desenvolvimento de medicamentos para mulheres, fundada globalmente em 2021, oriunda de um spin-off da Merck Sharp & Dohme (MSD), informa que a medicação Riselle - Terapia hormonal indicada para tratamento de menopausa - não faz parte de seu portifólio de medicamentos e foi descontinuada em 2012. A farmacêutica acompanha o processo e aguarda conclusão da ação judicial."
A maioria da Terceira Turma entendeu que houve "descaso" com as consumidoras. Prevaleceu o voto da ministra Nancy Andrighi, relatora, acompanhada pelos ministros Humberto Martins e Moura Ribeiro.
"Evidenciado está o dano social, pois frustra a confiança depositada pela sociedade no sistema de vigilância sanitária", disse Martins ao defender que a conduta da farmacêutica foi "socialmente reprovável".
O Riselle é um implante para reposição de estradiol. O medicamento é prescrito para diminuir sintomas da menopausa.
A condenação foi imposta pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em uma ação civil movida pelo Ministério Público do Estado. Os desembargadores concluíram que a empresa descontinuou a produção sem cumprir, no prazo, as formalidades exigidas junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que teria gerado um "desabastecimento abrupto" do medicamento.
Os ministros Villas Bôas Cuevas e Marco Bellizze ficaram vencidos na divergência. Eles consideraram que, embora o implante tenha sido retirado de circulação sem os trâmites necessários, o dano foi minimizado porque havia outros medicamentos equivalentes. "Não houve dando que justificasse essa indenização. A Anvisa não aplicou nenhuma penalidade à empresa. Há outros medicamentos comparáveis", defendeu Cuevas.
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