Pacientes precisaram ser retirados às pressas do hospitalFoto: Reprodução/TV Globo
Publicado 11/01/2024 21:40 | Atualizado 11/01/2024 21:43
Uma paciente idosa morreu enquanto era transferida para outra unidade após uma pane elétrica que provocou um incêndio de grande volume na unidade do Hospital São Luiz do Morumbi, zona sul de São Paulo, na manhã de ontem. No total, 47 pacientes foram transferidos do hospital durante o incidente, de acordo com a rede médica.
"Uma paciente de 94 anos infelizmente sofreu uma parada cardíaca durante o evento", informou o hospital, que lamentou a perda e disse que dá assistência aos familiares. A ocorrência foi registrada por volta das 8h40 na unidade da Rua Engenheiro Oscar Americano. Segundo o Hospital São Luiz Morumbi, o fogo, que até a tarde de ontem já havia sido extinto, dificultou o funcionamento adequado de duas unidades de terapia intensiva.
A principal hipótese para a causa, de acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Lucas Almeida, é o superaquecimento de um secador de cabelos usado por uma auxiliar de enfermagem. "Pelos relatos da equipe do hospital, o uso do equipamento (secador) causou o superaquecimento, mas não se sabe ainda se do equipamento ou se do sistema elétrico", disse.
Ainda conforme o oficial dos bombeiros, rapidamente os funcionários perceberam a fumaça e começaram a retirar os pacientes do segundo andar. "Fogo houve pouco, mas a fumaça foi bem intensa", disse o tenente-coronel. "O evento está sendo devidamente apurado e o hospital continua trabalhando em conjunto com as autoridades competentes para esclarecer as possíveis causas do incidente", afirmou o São Luiz.
O segundo andar do hospital foi interditado após o fogo, e os demais pavimentos liberados ainda ontem para o retorno de pacientes e equipe técnica, conforme o Corpo de Bombeiros. "A gente está fazendo uma análise de risco, para ver se tem algum risco residual", disse Almeida ontem à tarde.
‘Não deixaram subir’
A aposentada Celina Pamaoki, de 66 anos, estava comprando café para o marido, internado no 6.º andar com cólica renal, quando o alarme de incêndio disparou. "Não me deixaram subir de novo", relatou ela, que estava no 3.º. Sem alternativa, Celina desceu rápido as escadas. O marido, descobriu depois, foi levado em uma maca de lona para a área do estacionamento do hospital.
O comerciante João Sanches Machado, de 81 anos, e a aposentada Adelaide Malagozzine Machado, de 79, saíram de casa, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, por volta de 5h30 para ir ao hospital fazer exames. "Queríamos fugir do trânsito", disse ela. Quando estavam na sala de espera, o alarme disparou. "Foi muito sufoco, depois ainda tivemos de ficar no sol quente", afirmou a idosa. Os exames, de acordo com o casal, teriam ser de ser remarcados para outro dia.
‘Uma enfermeira entrou desesperada no quarto’
Segundo o artista plástico Fábio Guimarães, de 46 anos, cujo filho estava internado no Hospital São Luiz, o alarme de incêndio soou por volta das 8h30. "Imaginei que poderia ser um alarme de incêndio, mas achei que poderia ser falso", disse Guimarães. "Em questão de segundos, uma enfermeira entrou desesperada no quarto, falando sobre incêndio e pedindo para vestir o meu filho. Só deu tempo de colocar a roupa nele e pegar a mochila", afirma ele.
Diagnosticado com pneumonia, Éros, de 7 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do São Luiz Morumbi. Com a melhora, no fim da tarde de quarta, foi transferido para um quarto, dando continuidade ao tratamento.
No corredor, um andar acima do foco do incidente, Guimarães diz que era possível sentir o cheiro forte da fumaça. "Todos saíam ordenadamente. Devo dizer que o treinamento da equipe fez a diferença, pois não teve caos. Acredito que a ala infantil, onde estávamos, foi uma das primeiras a saírem para o estacionamento", afirmou ele.
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