Publicado 15/01/2024 21:43 | Atualizado 16/01/2024 11:01
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as recentes declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em que o líder da legenda elogia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma entrevista. Um vídeo que circula nas redes sociais nesta segunda-feira, 15, mostra o ex-chefe do Executivo em conversa com apoiadores em Angra do Reis, na Costa Verde, indignado com os elogios de Valdemar ao atual mandatário.
De acordo com Bolsonaro, "declarações absurdas" de "uma pessoa do partido" podem implodir a sigla. O ex-chefe do Executivo não cita o nome de Valdemar, mas as críticas ocorrem uma semana após a divulgação de um trecho de uma entrevista em que Valdemar Costa Neto elogia o petista.
"Tudo na vida eu puxo um pouquinho para vida familiar de cada um de nós, né? Problemas têm. Essa semana tive um problema sério, não vou falar com quem... 'Ó, se continuar assim, você vai implodir o partido'. Pessoa do partido dando declaração absurda. Como 'o Lula é extremamente popular'. Manda ele vir tomar um 51 ali na esquina. Não vem", disse Bolsonaro.
Na entrevista concedida por Costa Neto ao jornal regional O Diário, da região de Mogi das Cruzes e do Alto Tietê, o presidente do PL disse que Lula tem "prestígio" e Bolsonaro, "carisma", e acrescentou que não há comparação" entre o petista e o ex-presidente. Segundo ele, Bolsonaro é "mil vezes" mais difícil de lidar porque ele "não é uma pessoa igual a nós".
Após a repercussão negativa entre apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, Valdemar Costa Neto se defendeu nas redes sociais das críticas. "Estão me atacando usando uma fala minha sobre o Lula que está fora de contexto", disse o dirigente partidário da legenda que abriga Bolsonaro.
Também postagem neste sábado, 13, Valdemar disse ser leal a Bolsonaro e fiel aos seus princípios. "Quem não tem lealdade e fidelidade, tem vida curta na política", acrescentou.
'Eu posso ser horrível, mas o outro cara é péssimo'
Em sua passagem por Angra dos Reis, Bolsonaro teceu críticas ao governo de seu sucessor. Em uma conversa neste domingo, 14, com apoiadores na Vila Histórica de Mambucaba, Bolsonaro citou a previsão de déficit primário e a revogação da política implantada por ele que facilitou o acesso da população à armas de fogo.
O ex-presidente está inelegível até 2030. Ele foi condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira, em junho, por uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em 2022, na qual ele atacou as urnas eletrônicas. A segunda condenação ocorreu em outubro, devido a abuso de poder político e econômico nas comemorações do bicentenário da Independência.
"Um rombo de quase R$ 200 bilhões. Essa conta quem vai pagar são vocês", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores. Ele publicou o vídeo do encontro nas suas redes sociais. "Nós estamos no mesmo barco, pessoal. Se alguém porventura aqui votou no PT, pode ser que exista: não dá para comparar, eu posso ser um cara horrível, mas o outro cara é péssimo", acrescentou o ex-presidente.
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