Cratera formada em rua do Setor Marista, em Goiânia, na segunda-feira, 15Reprodução
Publicado 16/01/2024 11:58 | Atualizado 16/01/2024 12:38
Após uma cratera se formar perto de dois prédios localizados no Setor Marista, em Goiânia, a Opus Incorporadora, responsável por uma obra próxima ao ponto do acidente, informou que vai entregar o primeiro laudo sobre o caso nesta terça-feira, 16. A incorporadora afirma que não há no edifício Catas Altas riscos de desabamento e convidou os moradores a retornarem às residências.
Já para o edifício Villa Lobos, devido a maior proximidade com o ponto do acidente, por precaução, a previsão é liberação do laudo em aproximadamente 72 horas, uma vez que estão ainda estão sendo feitas as medições.
Segundo nota da Opus, a investigação das possíveis causas iniciaram já na segunda-feira, 15, com a participação de especialistas no assunto tanto de Goiânia como de São Paulo. A prioridade foi avaliar os efeitos do evento nas edificações vizinhas. A incorporadora também informa que no mesmo dia a situação foi adiantada a moradores em reunião para atualizá-los sobre o caso.  
De acordo com a Opus, no dia do incidente, a obra do empreendimento Geo 136 recebeu fiscalização da AMMA, Seinfra, CREA, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. As medidas emergenciais e mitigadoras foram apresentadas a todos estes órgãos e a regularidade da documentação da obra devidamente atestada. 
A empresa afirma que os peritos estão avaliando que fatores externos podem ter contribuído para o incidente, já que no ponto do rompimento do asfalto foi encontrado uma tubulação com grande vazamento de água, e o solo saturado aumenta consideravelmente a carga sobre a contenção. E que as pequenas fissuras no piso do subsolo que não estão relacionadas ao evento. 
Em nota, a prefeitura de Goiânia informou que a incorporadora se comprometeu de comum acordo com os moradores a arcar com as despesas com estadias em hotel, até que o reparo necessário seja concluído, e que aguarda a análise da estrutura das edificações vizinhas para emitir Laudo Técnico que servirá de parâmetros para ações futuras.
Já o Crea de Goiânia não respondeu as tentativas de contato da reportagem até a publicação desta matéria. 
Moradores contestam decisão 
Em entrevista ao jornal "A Opção", a síndica do Edifício Catas Altas, contestou a decisão da Opus Incorporadora e anunciou que os moradores pretendem contratar uma empresa privada de engenharia para realizar um laudo próprio. O caso também deverá ser levado a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) nesta terça para abrir um inquérito policial contra a empresa.

“Não tem nada da Defesa Civil. O Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás) mandou investigar. Eles não sabem nem a causa do desabamento, não tem o relatório pronto e, simplesmente, manda a gente voltar para as residências sem nenhum parecer técnico. Eles voltaram a trabalhar normalmente, sendo que haviam falado que não iriam retomar a obra enquanto não fosse identificado o motivo do acidente”, afirmou Jaqueline ao "A Opção". 
Em nota, a Opus afirma que foram feitas todas as verificações necessárias em relação a edificação do Catas Altas e foi atestada com plena segurança que não existem riscos. Além disso, pontuou que continuará monitorando toda a vizinhança, algo que já faz parte da rotina da empresa.
 
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