Ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por tentativa de golpeJosé Cruz/Agência Brasil
Publicado 22/02/2024 10:15 | Atualizado 22/02/2024 10:23
Brasília - O ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), prestará depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (22). Além dele, outras 13 pessoas, entre ex-ministros e oficiais foram intimadas a depor na corporação. A investigação faz parte da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas.
Além de Bolsonaro, os generais Braga Netto (candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro em 2022), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), e o almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) estão entre os investigados. A tendência é que Bolsonaro fique em silêncio durante o depoimento.
Quem também está na lista é o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o general da reserva Estepham Theopilo, além do coronel Marcelo Costa Câmara e do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto.
O advogado Eduardo Kuntz, responsável pela defesa de Marcelo Costa Câmara, afirmou que a "ampla defesa" de seu cliente está "totalmente comprometida por falta de acesso aos elementos da investigação". Sem essas informações, Kuntz diz que a defesa está impedida de trabalhar e que o depoimento deveria ser adiado.
Fechando os nomes dos intimados a depor nesta quinta estão Tércio Arnaud (assessor de Bolsonaro), Mário Fernandes (ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência), Cleverson Ney Magalhães (coronel lotado no Comando de Operações Terrestres), Ailton Barros (ex-major do Exército), Rafael Martins (major do Exército) e Sergio Cavaliere (tenente-coronel).
Todos estes nomes estariam, de algum modo, envolvidos na tentativa de golpe que aconteceu em 2023, de acordo com a apuração da Polícia Federal.
O depoimento dos 14 intimados foi marcado para às 14h30, de Brasília. Dos 14, 11 irão depor em Brasília e três no Rio de Janeiro. A ideia dos depoimentos serem simultâneos é evitar que os investigados possam combinar respostas.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, os militares, junto com assessores e ex-ministros de Bolsonaro, estavam planejando a execução de um golpe de Estado em uma organização formada por, pelo menos, seis diferentes tipos de atuação. As tarefas das frentes tinham três objetivos: desacreditar o processo eleitoral, planejar e executar o golpe e abolir o Estado Democrático de Direito, para manter a permanência de seu grupo no poder.
Nesta última sexta-feira (16), os Clubes Militares do Exército, Marinha e Aeronáutica publicaram uma nota conjunta afirmando que há uma "apreensão" com a "exposição de distintos chefes" das Forças Armadas. Os militares também disseram que as suspeitas de envolvimento em atos golpistas são insustentáveis se forem consideradas as histórias de vida dos oficiais.
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