Parte das armas apreendidas estavam em comunidades do Rio de JaneiroPolícia Civil/RJ
Publicado 28/02/2024 12:07
O juiz federal Vitor de Luca, da 2ª Auditoria Militar de São Paulo, colocou no banco dos réus quatro militares e quatro civis por crimes relacionados ao furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri. Os militares — um tenente-coronel, um primeiro-tenente e dois cabos — são acusados de peculato-furto e inobservância da lei por tolerância e negligência.
Na última sexta-feira, 23, dois militares foram presos pelo Exército após decisão da Justiça Militar. Desde então, eles estão detidos no 2º Batalhão de Polícia do Exército, em Osasco, na Grande São Paulo.

Respondem à ação:

Vagner da Silva Tandu — cabo do Exército que trabalhava como motorista para o comandante da unidade — acusado de peculato-furto em concurso de agentes com Felipe Ferreira Barbosa;

Felipe Ferreira Barbosa — cabo do Exército — acusado de peculato-furto em concurso de agentes com Vagner da Silva Tandu;

Cristiano Ferreira - 1º tenente do Exército — acusado de peculato culposo e inobservância de lei, regulamento ou instrução cometida por tolerância;

Rivelino Barata de Sousa Batista — tenente-coronel afastado da diretoria do Arsenal de Guerra por ordem do comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva — acusado de inobservância de lei, regulamento ou instrução, cometida por negligência;

Os outros quatro réus são civis e considerados foragidos da Justiça. Os investigadores ainda executam diligências para aprofundar a apuração quanto à participação dos mesmos no caso. Eles teriam ajudado a vender, comprado e guardado as metralhadoras desviadas do Arsenal de Guerra.

De acordo com a denúncia, Vagner da Silva Tandu e Felipe Ferreira Barbosa colocaram as armas furtadas - 13 metralhadoras 50 M2 HB Browning, 8 metralhadoras 7,62 M971 MAG e 1 fuzil 7,62 M964 — na caçamba de uma caminhonete, ocultando as mesmas com a cobertura da parte traseira do veículo. Então, Vagner foi o responsável por dirigir o veículo para fora do depósito da reserva de armamento da Seção de Recebimento e Expedição de Material do Arsenal de Guerra de São Paulo.

O crime foi descoberto em outubro, durante uma inspeção no Arsenal de Guerra de Barueri e levou ao aquartelamento de quase 500 militares durante vários dias. Os investigadores estimavam que o furto teria ocorrido entre os dia 5 e 8 de setembro, o que foi confirmado durante o inquérito — as armas foram subtraídas no dia 7 de setembro de 2023, feriado da Independência do Brasil

Das armas furtadas, 19 já foram recuperadas pelo Exército e pela Polícia de São Paulo. Oito metralhadoras foram localizadas na Zona Oeste do Rio, em área ocupada por milícias que se aliou ao Comando Vermelho. Outras nove armas que estavam sendo negociadas com o PCC foram encontradas em uma área de lamaçal em São Roque, próximo ao município de Sorocaba. Mais duas foram localizadas no Rio. Duas ainda estão desaparecidas.

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