Publicado 21/03/2024 21:48
Um estudo feito pela SOS Mata Atlântica classificou a qualidade da água do Rio Pinheiros, em pontos monitorados na cidade de São Paulo ao longo de 2023, como "péssima", ao passo que uma parte curso do Rio Tietê, na divisa da capital paulista com Guarulhos, apresentou melhora e saltou do status de "ruim" para "regular".
As classificações estão no relatório da edição de 2024 da pesquisa O Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica, realizada pelo programa Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica, que será lançado em 22 de março (Dia Mundial da Água).
Apesar de governos terem injetado bilhões em programas para a despoluição do Pinheiros nos últimos anos, os resultados encontrados não surpreendem, diz Gustavo Veronesi, coordenador do programa. "É um rio que está sofrendo há décadas com despejo de restos industriais, domésticos, lixo. Não é de uma hora para outra que vai melhorar, sobretudo em uma cidade como São Paulo", afirma.
Como referência, ele cita o projeto de despoluição do Rio Tâmisa, em Londres, que serviu de base para o programa de despoluição do Rio Tietê, e que durou cerca de 70 anos. "Tratamento de esgoto e obras de saneamento não podem ser só um projeto, têm de ter manutenção, têm de ter continuidade. A cidade cresce e demandas aumentam. É como uma ponte, se não cuidar, ela vai cair", diz. "Saneamento não é projeto. Saneamento é processo, e é para sempre."
O levantamento divulgado pela SOS Mata Atlântica no ano passado, feito a partir das coletas realizadas em 2022, também já indicava a água do Rio Pinheiros como péssima. "Posso dizer que os resultados deste ano mostram que saiu de muito péssimo para péssimo", diz o coordenador.
Tietê
A respeito do Rio Tietê, os pesquisadores destacam a melhora da qualidade da água em um ponto específico do rio: a nascente localizada entre Guarulhos e a cidade de São Paulo. Veronesi atribui essa melhora a obras de tratamento de esgoto na região.
A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) informa que apresenta outro formato de medição, que indica melhora da qualidade da água no Pinheiros entre 2020 e 2023 e estabilidade no Rio Tietê entre 2022 e 2023.
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