Macron tirou fotos em clima amigável com o presidente Luiz Inácio Lula da SilvaAFP
Publicado 28/03/2024 13:18
O presidente da França, Emmanuel Macron, teve uma agenda agitada em três dias no Brasil, passando por quatro cidades diferentes. Macron desembarcou em Belém na terça-feira, 26, viajou para Rio de Janeiro e São Paulo na quarta-feira, 27, e encerra nesta quinta-feira, 28, a passagem pelo País em Brasília.
Macron conversou com lideranças indígenas, tirou fotos em clima amigável com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou de um batismo de submarino e tirou selfies na Avenida Paulista, principal cartão postal da cidade de São Paulo.
Fotos com Lula e Cacique Raoni
O presidente francês desembarcou em Belém na terça-feira e foi recebido por Lula. Os dois presidentes visitaram a Ilha do Combu para conhecer a produção artesanal de cacau. Na ilha, Macron condecorou o líder indígena Cacique Raoni, da etnia Kaiapó, com a medalha da Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta condecoração da França e prometeu apoiar a causa indígena.
Macron afirmou que havia se comprometido com Raoni, que há anos mantém estreita colaboração com autoridades francesas e costuma viajar a Paris, "a conhecer esta floresta tão cobiçada" e reconheceu que Raoni "sempre lutou para defendê-la durante décadas". Ele disse que está comprometido em financiar atividades do indígena e lançar um instituto.
O presidente francês apontou que o cacique atua como um embaixador dos direitos dos indígenas e da proteção da Amazônia, interlocutor de governos e um "sentinela do seu território", enquanto Lula clicava fotos de ambos.
Lula e Macron anunciaram também um programa que pretende investir 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul. Os investimentos devem ser direcionados principalmente para ações de conservação e manejo sustentável das florestas e o planejamento e valorização econômica dos ecossistemas e áreas florestais.
Submarino
O presidente da França seguiu para o Rio de Janeiro onde participou da cerimônia de batismo de um dos cinco submarino de uma parceria entre Brasil e França firmada em 2008.
No Porto de Itaguaí, no Rio, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, batizou o submarino Tonelero, que foi construído pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), em 2008. O Tonelero é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil.
O Tonelero é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil pelo Prosub. O programa é uma iniciativa que teve origem em acordo firmado com a França, em 2008, no segundo mandato de Lula na Presidência. Desenvolvido para a construção das embarcações, o Prosub utiliza da transferência de tecnologia entre os países para o desenvolvimento de quatro submarinos convencionais da classe da embarcação francesa Scorpène e a fabricação do primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear.
Na cerimônia, Macron ressaltou a parceria entre Paris e Brasília e afirmou que os dois países tem a mesma visão de mundo. "Rejeitamos o mundo que seja prisioneiro da conflituosidade entre duas grandes potências", ressaltou o presidente francês.
Selfies e eventos em SP
Após o evento no Rio de Janeiro, Macron seguiu para São Paulo para participar do Fórum Econômico Brasil-França, que foi realizado na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) na quarta-feira, 27.
No fórum, Macron afirmou que não é possível avançar no acordo Mercosul-União Europeia da forma que está e que é preciso buscar um novo acordo. "Precisamos deixar de lado noções de algo construído 20 anos atrás e buscar um novo acordo, construído com base em novos objetivos, que tenha a luta contra o desmatamento, as mudanças climáticas e a luta pela biodiversidade no centro das prioridades", afirmou o presidente francês.
Macron participou do evento junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que defendeu as conversações entre os dois blocos. "O Mercosul ampliou mais um país este ano, que é a Bolívia. Fizemos um acordo com Cingapura e houve conversas com a União Europeia. O presidente Lula sempre fala que tem que haver reciprocidade. É o ganha-ganha. Nós conquistamos mercado, nós abrimos o mercado", afirmou em discurso anterior ao de Macron.
Na saída do evento, Macron conversou com o público que o esperava na Avenida Paulista, tirou selfies e agradeceu o carinho dos brasileiros.
Da Fiesp, Macron se dirigiu à Universidade de São Paulo (USP), para cerimônia no Instituto Pasteur. De lá seguiu para o Liceu Pasteur, colégio que fica no bairro paulistano da Vila Mariana, onde se reuniu com o fundador da Fundação Gol de Letra, Raí Oliveira, e membros da comunidade francesa em SP.
A noite terminou com um jantar com artistas e esportistas no Hotel Rosewood, nos arredores da Avenida Paulista. Macron passou a noite no Hotel Tivoli, também nas proximidades da Paulista.
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