Bonecos representando Judas são expostos no bairro da Cremação, em Belém do ParáReprodução / Internet
Publicado 30/03/2024 16:03
Rio - O Sábado de Aleluia foi marcado pela tradição da malhação do Judas em diversos estados brasileiros. Herança da colonização portuguesa e espanhola, a manifestação, que acontece na véspera do Domingo de Páscoa, está presente, ainda, em diversos países da América Latina.
O ritual, comum nas comunidades católicas, consiste em "bater" em um boneco artesanal que representaria o apóstolo Judas que, segundo a crença cristã, traiu Jesus ao entregá-lo aos soldados romanos. 
Os bonecos, feitos de palha, espuma, jornal e vestidos com roupas velhas, geralmente traziam rostos de personalidades "canceladas" pelo povo, muito antes da internet. Atualmente, políticos, jogadores e treinadores de futebol, além de artistas, costumam ser os "alvos" mais escolhidos.
No bairro Jardim Maria Bonati Bordignon, em Mogi Mirim, interior de São Paulo, a tradição ainda está bastante viva. Assim como no bairro José Bezerra de Araújo, em Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Em ambas as cidades, moradores foram às ruas para a "malhação".
Política tem sido tema
No bairro da Cremação, em Belém do Pará, um palco foi montado para a realização do ritual. Os bonecos, que representam autoridades do estado, estavam expostos no meio da rua. Na manhã deste sábado (30), eles foram jogados ao público, que os destruíram rapidamente.
Em Manaus, um carro desfilou pela capital com um boneco vestido como o presidente Lula, enquanto moradores buzinavam.
No Rio, circulou nas redes sociais a imagem de um boneco colocado no bairro das Laranjeiras que carregava nomes de políticos como Jair Bolsonaro e outros; personalidades do futebol, como a presidente do Palmeiras, Leila Pereira; jogadores de futebol condenados, como Robinho e Daniel Alves; além de anônimos como o "Villela do Flu". 
 
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