Publicado 19/04/2024 17:05
As invasões realizadas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), desde segunda-feira, 15, alcançaram 30 áreas em 13 Estados, segundo dados do próprio movimento. As invasões são registradas em Paraíba, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Os atos, de acordo com o movimento, fazem parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre neste mês, conhecido como Abril Vermelho, em repúdio ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996, quando 21 trabalhadores rurais ligados ao MST foram assassinados pela Polícia Militar.
O MST reivindica as áreas invadidas, as quais considera improdutivas, para assentamento e reforma agrária. O movimento informou que há 60 ações em andamento, alcançando o total de 18 Estados e o Distrito Federal, o que inclui invasões, acampamentos, assembleias e mobilizações. De acordo com o movimento, há mais de 30 mil famílias mobilizadas nos atos.
Na manhã desta sexta-feira, cerca de 100 famílias do movimento invadiram uma área de 500 hectares da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Patos, no sertão da Paraíba. O MST argumenta que a área é pública, improdutiva e que "cumpre a função social da terra". O movimento reivindica a área para assentamento. Também nesta sexta-feira, cerca de 300 famílias do MST levantaram um novo acampamento em área do assentamento Santa Rosa, em Tupanciretã, no Rio Grande do Sul.
A fim de frear as invasões do chamado "Abril Vermelho" do MST, nesta semana, o governo federal lançou o Programa Terra para Gente, para acelerar o assentamento de famílias no País. O programa prevê a inclusão de 295 mil famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária, sendo 74 mil assentadas e 221 mil reconhecidas ou regularizadas em lotes de assentamentos existentes até 2026. O MST afirmou, em nota, que as iniciativas do governo voltadas à reforma agrária são "insuficientes" e que há 70 mil famílias vivendo em acampamentos.
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