Publicado 29/04/2024 11:40 | Atualizado 29/04/2024 11:43
O pai do policial militar Luca Romano Angerami, de 21 anos, que desapareceu no dia 14 de abril, no Guarujá, litoral de São Paulo, fez um apelo nas redes sociais pedindo para que o corpo do filho fosse entregue. "Eu quero o corpo, quero chorar o meu filho. Acho que qualquer um entenderia, qualquer pai", lamentou. A declaração foi feita no sábado (27).
Publicidade"Dia 14, meu filho sumiu. Olha, aqui estou falando como polícia. Sei, entendo... se não fosse o meu, ia o (filho) de outro. Só não entendo esse motivo de ficar todo esse tempo. Quero o meu corpo, quero chorar o meu filho. Acho que qualquer pai entenderia. Vocês também são pais. Devolve para mim, sejam 'sujeito homem'. Por favor, eu tenho o direito de chorar o meu filho", disse Renzo Angerami na gravação direcionada para os envolvidos no desaparecimento.
O que aconteceu
O policial militar Luca Romano Angerami foi visto pela última vez, no último dia 14, próximo a um ponto de venda de drogas na região, depois de sair de um estabelecimento conhecido como adega, onde bebia acompanhado de um amigo.
Após deixar a adega na Vila Santo Antônio, o soldado foi com o próprio carro até um ponto de drogas na comunidade. O veículo foi encontrado horas depois no km 7 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, no Guarujá.
No dia do desaparecimento de Luca, um homem foi preso após confessar que teria participado do sequestro e da execução do PM. De acordo com ele, o corpo foi "jogado na ponte do Mar Pequeno, em São Vicente". A informação ainda não foi comprovada.
Até o momento, oito homens foram presos por envolvimento no desaparecimento do soldado, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). Quatro deles foram identificados pela Polícia Civil a partir de informações encontradas no celular de Carlos Vinicius Santos da Silva, de 26 anos, conhecido como "Malvadão", que também foi detido.
Na noite da última sexta-feira, 26, a PM prendeu outro suspeito, na Avenida São Gonçalo, em Bertioga, também no litoral. Ele indicou um possível local para onde Luca teria sido levado, no Guarujá, mas não foram encontrados indícios do crime, informou a SSP. Após pesquisas, foi constatado que o preso tinha um mandado de prisão temporária em aberto. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia do Guarujá como captura de procurado.
A Polícia Civil trata o caso como homicídio, já que dois suspeitos presos dizem que o PM foi assassinado. Em conversa pelo WhatsApp, um dos presos indica ligação com PCC e afirma que Luca foi morto. Já o outro preso, Edivaldo Aragão, afirma que o soldado foi baleado e jogado em um rio em São Vicente após ter as pernas amarradas. Eles foram presos por suspeita de envolvimento nos crimes de homicídio, sequestro, roubo e tráfico de drogas.
O delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, afirma que o soldado da PM Luca Romano Angerami foi "executado covardemente por criminosos integrantes do PCC". A morte do policial, no entanto, ainda não foi confirmada oficialmente pela SSP.
"Ele foi executado covardemente por criminosos, integrantes do PCC, que atuam na região no tráfico de drogas, e mataram o policial. E decidiram matar esse policial pelo simples fato de ele ser policial. Então, um ato covarde desses criminosos", disse o delegado em entrevista à 'TV Tribuna'.
O desaparecimento do soldado segue em investigação pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar. No dia 24, agentes localizaram um local onde o soldado teria sido mantido. "Diligências prosseguem para esclarecer os fatos e localizar o policial". As buscas pelo soldado envolvem PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
O soldado desaparecido é de uma família de policiais. Alberto Angerami, avô dele, já foi delegado-geral adjunto da Polícia Civil de São Paulo.
Corpos encontrados
A Polícia Militar encontrou pelo menos seis corpos em cemitérios clandestinos e em um imóvel abandonado na Baixada Santista. A identidade dos corpos ainda não foram identificadas. Apesar disso, os agentes envolvidos nas buscas descartaram a possibilidade de que algum dos corpos possa ser do PM desaparecido. O Instituto Médico Legal (IML) trabalha na identificação.
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