Publicado 06/05/2024 16:47
Brasília - Não é verdade que a farmacêutica Moderna tenha admitido que o DNA residual em suas vacinas de RNA mensageiro (mRNA), como a contra a covid-19, possa causar câncer nos imunizados. Ao Comprova, a empresa afirmou que o DNA residual é uma impureza relacionada ao processo de fabricação que não afeta a segurança e a eficácia do produto. O Federal Drug Administration (FDA), agência reguladora do governo dos EUA, também nega que as vacinas de mRNA causem câncer.
PublicidadeConteúdo investigado: Post afirma que a farmacêutica Moderna admitiu que as vacinas contra a covid-19 estão contaminadas por DNA e, portanto, podem causar defeitos congênitos e câncer. Em um vídeo compartilhado junto à alegação, o médico norte-americano Robert Malone, conhecido por desinformar sobre as vacinas, diz o mesmo, acrescentando que a contaminação poderá causar qualquer doença que esteja associada com danos ao DNA.
Onde foi publicado: X.
Conclusão do Comprova: Post viral engana ao afirmar que a farmacêutica Moderna tenha admitido que sua vacina contra a covid-19 possa levar a pessoa imunizada a desenvolver câncer por conta de resíduos de DNA no produto. De fato, há DNA residual em vacinas de mRNA, como a da Moderna, mas isso não interfere na segurança.
"Nossa vacina contra a covid-19 foi submetida a extensos testes clínicos e não clínicos para demonstrar sua eficácia, qualidade e segurança", afirmou a farmacêutica ao Comprova. A empresa explicou que "o DNA residual é uma impureza relacionada ao processo de fabricação" que não afeta o produto final. Também disse que seus processos seguem padrões estabelecidos extensivamente e revistos por órgãos reguladores.
Conclusão semelhante tem o Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano de vigilância sanitária. Em documento de 2023 sobre DNA residual em vacinas de mRNA, a agência afirma que "não há nada que indique danos ao genoma, como o aumento das taxas de câncer" e garante a segurança e eficácia de todos os imunizantes aprovados nos Estados Unidos (o da Moderna é um deles).
No Brasil, duas vacinas contra a covid produzidas pela farmacêutica são registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Spikevax bivalente e a Spikevax monovalente. A última teve o registro concedido em março e está atualizada para proteger contra a variante Kraken. Nesta semana, as primeiras doses do imunizante chegaram ao Brasil como parte de um contrato assinado no mês passado para a aquisição de 12,5 milhões de doses.
O post usa trecho de fala do médico Robert Malone, conhecido por desinformar sobre vacinas. O mesmo vídeo foi utilizado em outra publicação enganosa verificada pela Comprova nesta semana, também atacando, sem evidências, a vacina da Moderna.
O Comprova tentou falar com o autor do conteúdo, mas o perfil no X não recebe mensagens. Não foram identificados perfis semelhantes em outras redes sociais.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. O post aqui checado teve 97,9 mil visualizações até 6 de maio, além de ser compartilhado mil vezes e somar duas mil curtidas.
Fontes que consultamos: Procuramos a farmacêutica citada no post e consultamos a FDA e informações sobre a audiência em que a fala do médico foi gravada. Também localizamos outras checagens sobre o assunto e tentamos contato com o autor do post.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: A alegação aqui verificada também foi alvo de checagens fora do Brasil e desmentida por USA Today e Lead Stories. O Comprova já checou anteriormente ser falso que vacina contra covid-19 cause danos irreversíveis ao DNA e demonstrou que os imunizantes não provocam câncer.
Onde foi publicado: X.
Conclusão do Comprova: Post viral engana ao afirmar que a farmacêutica Moderna tenha admitido que sua vacina contra a covid-19 possa levar a pessoa imunizada a desenvolver câncer por conta de resíduos de DNA no produto. De fato, há DNA residual em vacinas de mRNA, como a da Moderna, mas isso não interfere na segurança.
"Nossa vacina contra a covid-19 foi submetida a extensos testes clínicos e não clínicos para demonstrar sua eficácia, qualidade e segurança", afirmou a farmacêutica ao Comprova. A empresa explicou que "o DNA residual é uma impureza relacionada ao processo de fabricação" que não afeta o produto final. Também disse que seus processos seguem padrões estabelecidos extensivamente e revistos por órgãos reguladores.
Conclusão semelhante tem o Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano de vigilância sanitária. Em documento de 2023 sobre DNA residual em vacinas de mRNA, a agência afirma que "não há nada que indique danos ao genoma, como o aumento das taxas de câncer" e garante a segurança e eficácia de todos os imunizantes aprovados nos Estados Unidos (o da Moderna é um deles).
No Brasil, duas vacinas contra a covid produzidas pela farmacêutica são registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Spikevax bivalente e a Spikevax monovalente. A última teve o registro concedido em março e está atualizada para proteger contra a variante Kraken. Nesta semana, as primeiras doses do imunizante chegaram ao Brasil como parte de um contrato assinado no mês passado para a aquisição de 12,5 milhões de doses.
O post usa trecho de fala do médico Robert Malone, conhecido por desinformar sobre vacinas. O mesmo vídeo foi utilizado em outra publicação enganosa verificada pela Comprova nesta semana, também atacando, sem evidências, a vacina da Moderna.
O Comprova tentou falar com o autor do conteúdo, mas o perfil no X não recebe mensagens. Não foram identificados perfis semelhantes em outras redes sociais.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. O post aqui checado teve 97,9 mil visualizações até 6 de maio, além de ser compartilhado mil vezes e somar duas mil curtidas.
Fontes que consultamos: Procuramos a farmacêutica citada no post e consultamos a FDA e informações sobre a audiência em que a fala do médico foi gravada. Também localizamos outras checagens sobre o assunto e tentamos contato com o autor do post.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: A alegação aqui verificada também foi alvo de checagens fora do Brasil e desmentida por USA Today e Lead Stories. O Comprova já checou anteriormente ser falso que vacina contra covid-19 cause danos irreversíveis ao DNA e demonstrou que os imunizantes não provocam câncer.
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