Publicado 17/05/2024 10:29
O secretário extraordinário para a reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), disse que mantém uma relação respeitosa e harmônica com o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) e os prefeitos do Estado. E revelou que votou no governador gaúcho no 2º turno das eleições gerais de 2022.
"Minha relação é uma relação — e vocês podem perguntar para qualquer secretário do governo do Estado — fraterna, institucional e harmônica", disse Pimenta, criticando as especulações de que estaria buscando colher "dividendos políticos individuais" em cima da tragédia. "Então essa é a régua deles", emendou, em entrevista concedida nesta sexta-feira, 17, à 'CNN Brasil'.
Ao ser questionado se havia alinhamento entre ele e Leite, Pimenta pontuou que votou no tucano no 2º turno. "Eu votei nele para governador. Eu era o presidente do PT no Rio Grande do Sul, na época, e foi exatamente o nosso apoio que deu uma vitória a ele no segundo turno", disse, destacando ainda que tem uma "relação muito tranquila" com o governador gaúcho.
As declarações de Pimenta ocorrem após o governo do Rio Grande do Sul receber com preocupação o seu nome como a autoridade federal que coordenará as ações de reconstrução dos municípios, conforme apurado pelo Broadcast Político.
Publicidade"Minha relação é uma relação — e vocês podem perguntar para qualquer secretário do governo do Estado — fraterna, institucional e harmônica", disse Pimenta, criticando as especulações de que estaria buscando colher "dividendos políticos individuais" em cima da tragédia. "Então essa é a régua deles", emendou, em entrevista concedida nesta sexta-feira, 17, à 'CNN Brasil'.
Ao ser questionado se havia alinhamento entre ele e Leite, Pimenta pontuou que votou no tucano no 2º turno. "Eu votei nele para governador. Eu era o presidente do PT no Rio Grande do Sul, na época, e foi exatamente o nosso apoio que deu uma vitória a ele no segundo turno", disse, destacando ainda que tem uma "relação muito tranquila" com o governador gaúcho.
As declarações de Pimenta ocorrem após o governo do Rio Grande do Sul receber com preocupação o seu nome como a autoridade federal que coordenará as ações de reconstrução dos municípios, conforme apurado pelo Broadcast Político.
Na avaliação da gestão estadual, o presidente Lula estaria apostando na figura política de Pimenta para capitalizar o seu nome na disputa majoritária no Estado, nas eleições de 2026.
Há uma preocupação sobre como será a articulação entre Pimenta e Leite, uma vez que, segundo relatos, ainda não foi detalhada quais as funções que o ex-ministro da Secom terá como autoridade federal no Estado. Na quarta-feira, 15, Leite afirmou à imprensa que não havia sido comunicado nem consultado sobre a decisão de Lula de nomear Pimenta.
A indicação de Pimenta pelo governo federal indica a divergência entre as gestões Lula e Leite, que está presente desde o início do terceiro mandato do petista. Apesar de estar sendo exigido um trabalho conjunto entre ambos diante da tragédia no Rio Grande do Sul, a avaliação do entorno dos dois é que isso não deverá representar uma aproximação entre os políticos. Com a indicação de Pimenta, tal alinhamento se tornou ainda mais improvável.
Há uma preocupação sobre como será a articulação entre Pimenta e Leite, uma vez que, segundo relatos, ainda não foi detalhada quais as funções que o ex-ministro da Secom terá como autoridade federal no Estado. Na quarta-feira, 15, Leite afirmou à imprensa que não havia sido comunicado nem consultado sobre a decisão de Lula de nomear Pimenta.
A indicação de Pimenta pelo governo federal indica a divergência entre as gestões Lula e Leite, que está presente desde o início do terceiro mandato do petista. Apesar de estar sendo exigido um trabalho conjunto entre ambos diante da tragédia no Rio Grande do Sul, a avaliação do entorno dos dois é que isso não deverá representar uma aproximação entre os políticos. Com a indicação de Pimenta, tal alinhamento se tornou ainda mais improvável.
Consequência dos temporais
A tragédia no Rio Grande do Sul já deixou 154 mortes confirmadas, segundo boletim da Defesa Civil divulgado nesta sexta-feira, 17. O número de feridos subiu para 806 e 98 desaparecidas.
Os dados ainda mostram que mais de 540 mil pessoas estão desalojadas e mais de 78 mil estão em abrigos públicos, com necessidades de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 461 cidades foram afetadas e mais de 2,2 milhões de pessoas sofrem com as inundações.
O balanço também aponta que mais de 82 mil vítimas das enchentes já foram resgatadas e mais de 12 mil animais foram salvos, na grande operação que conta mais de 27,6 mil pessoas, mais de 4 mil viaturas, 21 aeronaves e 289 embarcações.
A Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do estado, divulgou que 119 mil clientes estão sem luz. Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Equatorial, divulgou que há mais de 114,8 mil clientes sem energia em sua área de atuação.
Ao todo, são mais de 117,5 mil sem água, de um total de 6 milhões de clientes da Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, de acordo com a Defesa Civil.
Os temporais também causaram danos na infraestrutura viária do estado. Pelo menos 88 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, 50 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes.
De acordo com o balanço da Defesa Civil, mais de 270 mil estudantes foram impactados pelas cheias em escolas em toda Rede Estadual de ensino, com as aulas suspensas.
O boletim ainda mostra os números de escolas afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso e outros):
- 1.058 escolas
- 248 municípios
- 29 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs)
- 378.887 estudantes impactados
- 552 escolas danificadas com 212.880 estudantes matriculados
- 88 escolas servindo de abrigo
- 248 municípios
- 29 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs)
- 378.887 estudantes impactados
- 552 escolas danificadas com 212.880 estudantes matriculados
- 88 escolas servindo de abrigo
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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