Perfil de idosa pede doações diariamenteMarcello Casal jr / Agência Brasil
Publicado 29/05/2024 18:15
Rio - Diariamente, pessoas se movimentam para pedir doações nas redes sociais pelos mais variados motivos. Nesta semana, o perfil "Ajudem a vovó de Serena!", um dos mais conhecidos e ativos foi alvo de questionamentos por parte dos internautas. No X, antigo Twitter, um grande debate foi iniciado após uma denúncia surgir na plataforma.
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O internauta que se apresenta no X como "Kawoshinudes", usou a rede social para acusar o "Ajudem a vovó de Serena!" de mentir sobre as doações que recebe. Segundo ele, a mulher, que se identifica como Alcina, de 64 anos, continua a pedir dinheiro mesmo quando já o recebeu de seguidores.
"Kawoshinudes" diz que, inclusive, já foi um dos que doou para Alcina. "Eu conheço essa mulher desde dos primórdios do Twitter. Eu já vi ela recebendo doação de R$ 100, R$ 200 mais de R$ 500 reais, e ela sempre pede doação todo dia e ela arrecada cerca de R$ 6 mil por mês. Não diria que ela é uma golpista, mas sim acomodada. Eu mesmo já doei para ela [...], mandei o comprovante. Ela depois apagou o post e continuou pedindo", escreveu ele em um fio no X.
O perfil ainda acusa a mulher de se promover em meio aos pedidos de doações para o povo do Rio Grande do Sul após as enchentes que assolaram o estado. "Durante as enchetes no RS, ela fez diversos posts falando sobre o dia de maior medo dela: que pasmem, era uma chuva forte. Ela não mora no RS, é um vídeo antigo (ela mesma disse isso) só estava aproveitando o 'pique' das enchentes pra falar dela. Ela inclusive ficou marcando o Felipe Neto, porque ele estava ajudando", afirmou.
Nos comentários, outros internautas reafirmaram a denúncia ao compartilharem suas próprias experiências de interação com o perfil de Alcina. "Já pedi os remédios dessa mona para pagar ela negou ate o fim, só queria grana. Finalmente alguém expôs", disse um perfil. "Enfim, sempre ignoro esses tweets dela, porque acho sim ela um tanto acomodada. Não existe isso de viver há 5 anos com doações diárias. E sempre culpabilizando as pessoas que não doam, como se essa rede social tivesse algum tipo de obrigação com ela. Todos temos contas pra pagar", reclamou outro. "Não estou dizendo que seja fraude, mas sempre achei estranhíssimo uma senhora em mega necessidade e sofrimento passar o dia no Twitter com um linguajar super jovial e 'twittero'", desconfiou um terceiro.
Perfil se defende de ataques
Em seu perfil, Alcina diz que criou a rede social inicialmente para pedir doações para ajudar a pagar os tratamentos de uma cachorra que tinha em 2018, a Serena, que já faleceu. Após o animal morrer, ela então começou um novo projeto: comprar uma casa. Desde então, vem pedindo dinheiro na plataforma diariamente, várias vezes ao dia.
Após a exposição, ela afirma ter recebido diversos ataques de ódio e, devido a isto, aberto um boletim de ocorrência. "Eu sou uma pessoa que sempre lutei muito pela integridade, eu estou em campanha pelo meu sonho de ter uma casa faz 4 anos. Eu nunca recebi tantos ataques de ódio, e fui obrigada a fazer um boletim de ocorrência para que as pessoas que me atacaram respondam por isso", escreveu a idosa.
A conta, que acumula mais de 18 mil seguidores e já fez mais de 93 mil posts, afirma que vive das doações que recebe. Alcina diz ser diabética, sem renda e sem aposentadoria. Nas redes sociais, pedidos como "Alguém me ajudaria a juntar R$ 20? Sigo tentando a mesma coisa" são comuns por parte dela.
"Eu tenho diabetes, mas nunca usei minha doença para nada. Eu só digo que moro em uma casa sem água, tenho muitas dores nas mãos, nos pés, e tenho um sonho. Tudo o que tenho é essa campanha!", afirma.
Mulher tem vaquinha virtual aberta
Além dos pedidos de doações nas redes sociais, Alcina também abriu diversas vaquinhas virtuais. Atualmente, apenas uma ainda está aberta. Com meta de R$ 200 mil para a compra de uma casa, ela já tem arrecadado R$ 36,1 mil na plataforma. No entanto, em suas atualizações, a idosa diz ter no total R$ 54,9 mil, contabilizando as doações que recebe por fora.
Nas redes sociais, Alcina diz que a casa em que mora está em péssimo estado de conservação. "Moro nessa casa, que era para ser feito o inventário, meus irmãos não fizeram, não foi pago o IPTU. Não tenho água da torneira em casa, desde 2019 iniciei a campanha para tentar sobreviver, e depois de um tempo com apoio de pessoas lutar por uma casa", diz.
Em seu perfil, pedidos para juntar dinheiro para água ou papel higiênico são comuns. No X, a idosa diz que isto é uma estratégia para arrecadar o valor que precisa. "Minha campanha sempre foi muito parada, então graças a isso eu faço propósito. Nem sempre consigo, mas faço. Esses últimos 15 dias tive dificuldade extrema de conseguir as coisas", afirmou.
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