Publicado 13/06/2024 16:57
Um grupo de sindicatos que representam policiais e agentes de segurança pública de Minas Gerais se uniram para custear outdoors com críticas ao governador Romeu Zema (Novo) pela política de reajustes salariais adotada no Estado. A gestão do chefe do Executivo mineiro é comparada com a dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que são elogiados. Os três são cotados como possíveis candidatos a presidente em 2026.
PublicidadeO governo Zema não quis comentar a comparação com os outros governadores, mas defendeu a política de recomposição salarial diante das dificuldades fiscais enfrentadas pelo governo estadual. Os outdoors foram instalados em Araxá (MG), cidade do Triângulo Mineiro onde Zema nasceu, e em Goiânia (GO), onde o governador participou de evento do Partido Novo no último fim de semana.
"Os mineiros não querem o mesmo mal para o Brasil. Zema nunca mais!", diz a frase ao lado da foto do governador. "Apoiamos governadores que valorizam a segurança pública", afirma o texto colocado junto às fotografias de Tarcísio e Caiado.
A relação de Zema com os servidores da segurança pública é conturbada desde o primeiro mandato. O chefe do Executivo mineiro descumpriu, no início de 2020, acordo que havia firmado com a categoria para compensar as perdas salariais com a inflação desde 2015, no governo de Fernando Pimentel (PT).
Nas últimas semanas, o governo propôs recomposição geral de 3,62%, um ponto percentual abaixo da inflação registrada em 2023 Após protestos e pressão dos deputados, o Palácio Tiradentes enviou uma nova proposta, com índice de 4,62%, que foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
"O governador deve pra gente 41,6% desde 2015, enquanto ele deu 300% de aumento para ele, para o vice-governador e para os secretários", afirma Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG). "O Zema fica nessa disputa com Caiado e Tarcísio para ver quem será o candidato a presidente. As faixas são justamente para queimar ele mesmo e mostrar para o resto do Brasil e para os mineiros que o governador Romeu Zema não vale nada como gestor", acrescentou.
Outra liderança sindical, Aline Risi diz tratar-se de um governo "sem palavra". "Não é um Estado eficiente. Pelo contrário: Minas Gerais está totalmente fora dos trilhos", afirma, ironizando os slogans de campanha de Zema.
O governo de Romeu Zema disse, em nota, que mesmo com o Estado em "situação fiscal delicada" os servidores receberam os seguintes percentuais de reajustes totais desde 2019: 27,68% para a segurança pública; 27,52% para a educação e 14,68% para as demais categorias.
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