Samira Monti Bacha Rodrigues foi denunciada pelos sócios após a descoberta dos golpesReprodução
Publicado 27/06/2024 11:25
A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu uma empresária suspeita de desviar quase R$ 35 milhões de três empresas diferentes. Segundo as investigações, a Samira Monti Bacha Rodrigues, de 40 anos, usava a quantia desviada para lavar dinheiro e gastar em itens de luxo. Ela foi presa na quarta-feira (26), em Belo Horizonte, Minas Gerais, no próprio apartamento (avaliado em R$ 6 milhões) em uma área de alto padrão.
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Titular da delegacia especializada no combate a crimes tributários, Alex Machado explicou que a socialite comete fraudes desde 2020, dois anos após receber o convite de um amigo e se tornar uma das donas de uma administradora de cartões de benefícios. A socialite também é registrada pela Receita Federal como sócia de outros cinco negócios, incluindo uma consultoria e uma joalheria, na Região Metropolitana da capital mineira. De acordo com a polícia, ela se aproveitava da posição de gestora para aplicar os golpes.
Ainda segundo Machado, a empresária cooptava funcionários da empresa de cartões de benefícios e os fazia maquiar planilhas. Depois disso, passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em crédito para a classe médica, com valores maiores. Samira também passou a atuar em uma empresa voltada para a antecipação de recebíveis.
“Ela começou a fraudar esses cartões médicos, aumentar os limites mais ainda, cooptar novas pessoas e descobriu, nesse momento, que poderia pegar o valor dos cartões e descarregar, procurar agiotas que passam o cartão, cobram uma taxa e devolvem uma parte. Quando ela descobriu isso, passou o cartão dela, da empresa, para R$ 500 mil. Ela passa a torrar R$ 500 mil por mês e manda apagar dos sistema essa dívida”, pontuou o delegado durante entrevista coletiva de imprensa.
A mulher foi denunciada pelos sócios após a descoberta. Segundo a Polícia Civil, a suspeita chegou a devolver ao grupo parte do dinheiro, mas, posteriormente, passou a negar os desvios e ocultar o restante. 
"São empresas que têm R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para receber. Ela começou a simular operações, como se alguém tivesse pedindo esses valores, e esses valores eram liberados e caíam direto na conta bancária dela. Ela já estava se preparando para ir embora, sumir com tudo que pudesse. Por sorte, foi descoberta por um funcionário", afirmou Machado.

Vida de luxo em Dubai
Após aplicar os golpes e fraudar o dinheiro, Samira começou a realizar diversas viagens internacionais para comprar artigos de luxo, incluindo um gasto de US$ 148 mil (R$ 816 mil) em joias em Dubai, nos Emiradores Árabes. 

No apartamento da socialite, os agentes encontraram diversas bolsas de grifes, relógios de marcas famosas, equipamentos eletrônicos, dinheiro em espécie, uma pulseira de diamantes com certificado de originalidade e um carro de R$ 600 mil. O valor de todo material apreendido é estimado em R$ 15 milhões. Segundo a polícia, Samira se aliou a uma joalheria de Nova Lima para vender as peças.

“Nós descobrimos que a proprietária da joalheria tinha já uma enorme quantidade de material em posse dela e, durante as buscas, vimos que ela não tinha comprovação nenhuma da origem dele. Ela não tem como comprovar de onde veio, o que é da joalheria, o que foi objeto da lavagem. Portanto, esse material foi todo apreendido e colocado à disposição da Justiça”, afirmou Machado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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