Carolina Arruda recebendo eletroestimulação transcraniana como parte do tratamentoReprodução/redes sociais
Publicado 23/07/2024 11:28
A jovem Carolina Arruda, de 27 anos, que tem neuralgia do trigêmeo e estava internada para fazer o tratamento da "pior dor do mundo", recebeu alta nesta segunda-feira, 22. A informação foi divulgada pela Santa Casa de Alfenas, Minas Gerais.
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Segundo a unidade, uma nova internação está prevista para a próxima sexta-feira, 26, para que a estudante de medicina veterinária possa realizar uma cirurgia de implante dos neuroestimuladores que devem bloquear a passagem de dor até o cérebro, prevista para o sábado, 27. 
Carolina é natural de São Lourenço, Sul de Minas. Casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos, a jovem começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue. A dor e o desgaste com a doença são tão intensos, que fizeram a jovem tomar a decisão para pôr fim ao sofrimento.
Ela iniciou uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e ser submetida ao suicídio assistido na Suíça. Com a repercussão do caso, ela foi convidada pelo médico Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED), para passar por um tratamento na Clínica da Dor, ligada ao hospital.
De acordo com o especialista, a alta foi solicitada pela jovem e, após ser analisada pela equipe médica, foi considerada "adequada", já que a paciente não teria outra proposta terapêutica no hospital até o próximo passo do tratamento. 
"Este período de internação foi fundamental para a equipe médica tomar total conhecimento do caso clínico da paciente e, assim, delinear o melhor tratamento possível para alívio da dor", diz a nota assinada pelo médico.
Nas redes sociais, a jovem explicou que passará alguns dias descansando com a família, mas afirma que continua sentindo dores muito fortes. No Instagram, Carolina mostra o dia a dia do tratamento e como lida com a dor intensa.
Segundo o profissional, casos como o de Carolina devem ser tratados em centros especializados para que a possibilidade de alívio da dor seja maior, mesmo que seja de forma parcial. Profissionais da medicina, psicologia, fisioterapia, nutrição e enfermagem acompanham o caso. 
A estudante foi internada no dia 8 de julho na Clínica da Dor, ligada a Santa Casa de Alfenas, para um novo tratamento que promete aliviar as dores intensas que ela sente. Após dois dias recebendo os cuidados, ela foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para receber medicamentos.

Logo depois, já no quarto, Carolina relatou um período sem dores, o que considerou uma experiência inédita em mais de uma década de vida. No entanto, os sintomas retornaram, em menor intensidade, no dia seguinte.
Durante a internação, de acordo com o diretor clínico do hospital, a jovem apresentou períodos de melhora da dor e redução de "crises excruciantes de dor", mantendo, no entanto, "um quadro álgico importante".
Entenda a doença
A neuralgia do trigêmeo, também conhecida como a "doença do suicídio", e comparada a choques elétricos e até a facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano.
Condição rara, estudos estimam que de 4 a 13 pessoas são afetadas pela doença a cada 100 mil todos os anos. A principal característica é uma dor lancinante súbita e intensa, que geralmente dura de alguns segundos a dois minutos, normalmente na área da mandíbula. A dor surge de estímulos do dia a dia, como mastigar, falar ou escovar os dentes.
A doença normalmente atinge um lado do rosto. Em casos mais raros, pode atingir os dois — como é o caso da estudante de veterinária.
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