Fachada do prédio da antiga Boate Kiss é demolidaReprodução/RBSTV
Publicado 30/07/2024 08:13
A fachada do prédio da antiga Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi demolida nesta segunda-feira (29). O lugar onde aconteceu um grande incêndio funcionará como um centro de homenagem às 242 vítimas fatais da tragédia.
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As paredes externas do edifício, na Rua dos Andradas, no Centro, foram derrubadas. O processo começou por volta das 8h e antes das 9h já havia acabado. Até o fim de semana, cerca de 45 caminhões deverão retirar o entulho.
No espaço, em uma área de 383 m², serão construídas três salas: um auditório com capacidade para 142 pessoas, uma sala multiuso e uma sala que vai funcionar como sede da associação de vítimas. Ao centro haverá um jardim circular com 242 pilares de madeira em volta. Cada um terá o nome de uma vítima do incêndio e um suporte para flores.
As obras vão durar oito meses, serão realizadas pela Incorporadora Farroupilha, de Triunfo, que venceu a licitação, e vão custar R$ 4.870.004,68. Um fundo do Ministério Público do Rio Grande do Sul vai pagar R$ 4 milhões, e o restante caberá à prefeitura de Santa Maria.
Relembre
Um dos maiores desastres do Brasil aconteceu em 27 de janeiro de 2013. A Boate Kiss estava sediando uma festa universitária com um show da banda Gurizada Fandangueira.
Durante a apresentação, o vocalista Marcelo de Jesus Santos tentou iniciar um show pirotécnico e apontou o objeto que tinha em mãos para cima. As fagulhas atingiram o teto do estabelecimento e deram início ao incêndio.
O calor e a fumaça tóxica rapidamente foram percebidos, mas muitos não conseguiram sair a tempo. O acidente causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.
Processo
Quatro pessoas são acusadas pelas mortes e foram condenadas por homicídio simples com dolo eventual, em júri que durou dez dias, em dezembro de 2021.
O empresário Elissandro Callegaro Spohr, sócio da casa noturna, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão; o empresário Mauro Londero Hoffmann, sócio da casa noturna, foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, que cantava na boate na noite da tragédia e que levantou o artefato pirotécnico que deu origem ao fogo, foi condenado a 18 anos de prisão; e Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor que comprou e ativou o fogo de artifício, foi condenado a 18 anos de prisão.
Em agosto de 2022 o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o julgamento, alegando irregularidades na escolha dos jurados e nos quesitos elaborados e suposta mudança da acusação na réplica, o que não é permitido. Essa anulação foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em setembro de 2023.
Em 2 de maio passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal o restabelecimento da condenação dos quatro réus. Para a PGR, as nulidades elencadas não causaram prejuízo aos acusados.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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