Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaAFP
Publicado 30/07/2024 18:57 | Atualizado 30/07/2024 19:22
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, nesta terça-feira, 30, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para tratar sobre a eleição presidencial na Venezuela, que ocorreu no último domingo, 28, marcada por suspeita de fraude. No telefonema, o petista disse ser fundamental a publicação das atas eleitorais do pleito, posição que teve concordância do americano.
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Segundo a nota divulgada pelo Itamaraty nesta terça-feira, 30, Lula afirmou que "tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral" por meio do assessor especial do Palácio do Planalto para assuntos internacionais, Celso Amorim, que foi enviado ao país vizinho para acompanhar o pleito.
Na segunda-feira, 29, Amorim se reuniu com o ditador venezuelano Nicolás Maduro e com o candidato da oposição no pleito, Edmundo González. Na conversa com Maduro, Amorim pediu ao ditador que divulgue o quanto antes as atas de votação das eleições.
Segundo o Itamaraty, Lula afirmou a Biden a "posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região". "Lula reiterou que é fundamental a publicação das atas eleitorais do pleito ocorrido no último domingo. Biden concordou com a importância das divulgações das atas", complementa.
De acordo com o Palácio do Itamaraty, a conversa durou cerca de 30 minutos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, acompanhou a ligação, que ocorreu nesta tarde, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
Nesta terça-feira, em entrevista à TV Centro América, filiada da TV Globo no Mato Grosso, o chefe do Executivo brasileiro disse que a "briga" entre chavismo e oposição na Venezuela é normal, e que seria resolvida apresentando as atas das urnas.
"Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo", disse o presidente da República. "O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de se expressar, tenham o direito de provar que não concordam. E o governo tenha direito de provar que está certo", afirmou Lula na entrevista.
No telefonema, os dois líderes também falaram de outros temas, como as relações bilaterais dos países e multilaterais. Um dos tópicos tratados foi sobre a eleição dos Estados Unidos, na qual Biden desistiu de disputar a reeleição.
"O presidente brasileiro cumprimentou Biden pela 'magnânima' decisão quanto ao processo eleitoral americano e desejou sucesso para a democracia do país nas eleições presidenciais em novembro", escreveu o Itamaraty.
Na conversa, Biden também mencionou que as economias dos dois países "estão indo bem", segundo a nota, e que a parceria entre Brasil e Estados Unidos deve continuar a crescer.
Lula aproveitou a conversa para convidar Biden para participar da reunião dos países democráticos contra o extremismo, que será realizada em setembro, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Ainda, Biden confirmou presença na Cúpula do G20 em novembro no Rio de Janeiro.
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