Ribeirinho devolve o animal à águaReprodução / Internet
Publicado 21/08/2024 11:36
Um vídeo que viralizou na internet mostra um homem resgatando nos braços um boto que ficou encalhado devido à estiagem no Rio Madeira no Amazonas. O ribeirinho retirou o animal de uma extensa faixa seca e o carregou até soltá-lo em uma outra região com mais água. A bacia sofre com uma severa baixa, que chegou ao nível mais baixo em 60 anos no início do mês de julho.
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Nas imagens é possível ver o animal sendo carregado por extensas faixas de areia, que sugerem regiões onde água baixou. Um homem que acompanhava a situação e fazia a gravação, lamentava pela situação do animal.
"Tentando salvar o botinho aqui, que estava morrendo no seco. Eu e meu amigo Pedroca. Bichinho está 'morre, não morre já'. Mas agora vai dar certo", disse.
Durante a caminhada, ele destaca o peso do animal, que na fase jovem, pode chegar a 30 kgs. "Ele pesa hein", falou.
Ao chegarem a uma região com mais água, o ribeirnho devolve o boto ao rio e a dupla celebra o feito. O responsável pela gravação lamenta a situação e ainda dá uma "dica" ao bicho.
"Vai para o fundo 'zé'. Arruma um peixe aí pra comer, para merendar, que está fraco", falou.
Seca histórica
Em situação de seca crítica, a Região Norte enfrenta os reflexos de seguidas estiagens registradas nos últimos anos. No último dia 6, o Rio Madeira registrou 2,07 metros em Porto Velho, o nível mais baixo já registrado para essa época do ano desde que os dados começaram a ser coletados, em 1967. No final do mês de julho, a situação era a mesma: 2,45 metros, a menor marca para o período.
A prefeitura de Porto Velho chegou a divulgar uma recomendação para que os cidadãos fizessem "uso essencial" de água e evitem ao máximo o desperdício.
Bacia do Rio Amazonas

No último dia 30 de julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes, que correm no sudoeste do Amazonas. Uma semana antes, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconhecera situação de emergência na capital e em mais 17 cidades do estado que enfrentam a seca severa.

De acordo com Marcus Suassuna, a situação também é crítica nas bacias dos rios Acre e Tapajós, o que pode gerar consequências em outros estados da região amazônica como Acre, Pará e Amazonas.
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