Publicado 06/09/2024 18:23
Um painel com o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a ministra das Mulheres, Anielle Franco, foi retirado da programação da 27ª Bienal do Livro de São Paulo. O site do evento informava no início da tarde desta sexta-feira, 6, que a discussão "Bibliotecas na formação de um mundo melhor" aconteceria no domingo, 8, das 17h30 às 19h30.
PublicidadeA ONG Me Too Brasil diz ter recebido denúncias de mulheres que teriam sofrido assédio sexual por Almeida. Entre as vítimas estariam Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, e servidoras da pasta dos Direitos Humanos. O ministro negou, disse que se trata de acusações sem provas, pediu que a Polícia Federal investigue o caso e acionou a Justiça para que a ONG preste esclarecimentos. As denúncias de assédio foram reveladas pelo portal Metrópoles. Nesta sexta-feira, após a revelação das denúncias, uma candidata a vereadora de São Paulo relatou ter sofrido assédio sexual de Silvio Almeida em 2019.
O Estadão procurou o Conselho Regional de Biblioteconomia 8ª Região Estado de São Paulo, organizador do painel com os ministros. Não houve resposta por e-mail. Por telefone, a atendente da entidade disse que não poderia passar o contato de um assessor de imprensa para um posicionamento oficial, mas afirmou que houve "erro" e, por isso, o painel foi retirado da programação.
Ela não deu detalhes sobre o "erro". Além de Silvio Almeida e de Anielle Franco, o painel teria ainda as participações das ministras da Cultura, Margareth Menezes, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Questionada sobre a exclusão, a Bienal do Livro informou que a programação do Auditório Ziraldo, onde o painel aconteceria, é organizada pelos próprios expositores.
O Estadão apurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já decidiu que tirará Silvio Almeida do cargo e agora ministros tentam convencer o colega a pedir demissão.
"O que posso antecipar para vocês é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo", disse Lula em entrevista à Rádio Difusora, em Goiânia (GO), na manhã desta sexta-feira, 6. "Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender", acrescentou.
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