Polícia Federal Divulgação
Publicado 11/09/2024 12:44
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 10, a Operação Território Livre para investigar crimes de aliciamento de eleitores em João Pessoa (PB). Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no bairro de São José. Na operação, foram apreendidos R$ 35 mil em espécie, documentos, celulares e contracheques de funcionários da prefeitura da capital. A prefeitura de João Pessoa ressaltou que nenhum servidor público municipal está entre os alvos.

Em maio deste ano, a PF também deflagrou a Operação Mandare, que investigou a presença do crime organizado na administração municipal de João Pessoa. Na ocasião, a suspeita é que membros do tráfico tivessem influência nas secretarias de Direitos Humanos e Cidadania e da Saúde. Esta última, na ocasião, era comandada por Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena, que disputa a reeleição.

A capital da Paraíba já teve episódios de violência contra candidatos e eleitores por parte de organizações criminosas no pleito de 2024. Em agosto, o candidato Ruy Carneiro (Podemos) teve que cancelar uma atividade de campanha em um circo depois que ele e os moradores do local foram ameaçados pelo tráfico. Segundo Carneiro, que conversou com o Estadão na ocasião, o responsável pelas ameaças que impediu a realização do evento foi o traficante Sapoti, que deu ordens de dentro do presídio. Quando foi preso, em 2022, Sapoti era segurança da prefeitura.

Não há informações da PF sobre de quem seriam os contracheques da prefeitura encontrados na operação, nem se funcionários da prefeitura estariam mais uma vez envolvidos nas investigações.

Procurada, a prefeitura disse por meio de nota que nenhum imóvel da administração foi alvo de busca e apreensão e lamentou o que chamou de "tentativa de utilização de tais fatos para insinuar o envolvimento de qualquer autoridade do Executivo municipal com eventos dessa natureza".
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Sobre os contracheques, a prefeitura disse que não comentaria porque a PF não dá detalhes sobre o material encontrado. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, depois de receber o cheque o servidor pode fazer o que quiser com ele.
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