Candidato do PRTB, Pablo MarçalAloisio Mauricio/Estadão Conteúdo
Publicado 11/09/2024 21:50
O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, disse nesta terça-feira (10), durante sabatina realizada pelo Estadão, que, se eleito, está disposto a dialogar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O influenciador adotou tom mais moderado ao falar do petista e afirmou ser "republicano". "Eu sou brasileiro. Lula, eu torço para que você dê certo e vou te receber na cidade de São Paulo com a maior tranquilidade e vou precisar da sua ajuda para a gente governar", declarou. Ainda segundo o candidato, ele não está "contra" o presidente e quer que ele "faça as coisas certas".
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Questionado sobre propostas para a cidade, Marçal destacou que pretende sugerir que o Plano Diretor incentive a descentralização de moradias e empresas para viabilizar a criação de empregos nas periferias. "Para isso, preciso verticalizar as periferias. São Paulo se concentrou muito no eixo expandido. A gente precisa inverter esse circuito para o lado de fora, nas divisas."
Marçal defendeu, ainda, ampliar a Operação Delegada - convênio firmado com o governo do Estado para contratar policiais militares em horário de folga - e incluir a Polícia Civil. Essa ampliação "será de acordo com a disponibilidade de caixa". A sabatina foi mediada pelo colunista Ricardo Corrêa, com participação do repórter especial Marcelo Godoy.
O próximo prefeito vai preparar a elaboração do novo Plano Diretor. Pretende fazer alguma modificação?
Vamos. Porque a gente quer gerar dois milhões de empregos nas periferias, que é o grande problema da cidade. Isso já vai resolver o problema de poluição, de lentidão de trânsito, de mobilidade e de segurança pública. Serão dois milhões de empregos até o fim do mandato. Para isso, preciso verticalizar as periferias. A cidade se concentrou muito no eixo expandido, agora a gente precisa inverter esse circuito para o lado de fora, nas divisas. A gente precisa investir nessas capilaridades, onde você vai ter emprego próximo de casa, vai melhorar a qualidade de vida.
O plano de governo fala em aumentar o número de subprefeituras de 32 para 96. Parece uma proposta para aumentar o tamanho do Estado e não diminuí-lo.
A gente vai diminuir a quantidade de prédios e vai ter economia. A Prefeitura hoje tem 40 mil imóveis.
E em termos de cargos?
Vai ter menos. Esse aumento para 96 (subprefeituras), são pontos de atendimento. Aumentando esses pontos, vamos diminuir os aluguéis em prédios, vamos pegar prédios da Prefeitura e colocar em um prédio só. Isso é economia.
O sr. defende "agrupar as escolas de acordo com as informações reunidas, elaborando um plano conjunto com as instituições de ensino e seus profissionais". O que significa?
Nós vamos transformar a escola pública em escola olímpica. A grande verdade desse agrupamento é que a gente vai ensinar algumas coisas e o começo disso não é implementar em todas as escolas de uma vez. Vamos começar a ensinar coisas que deveriam ser ensinadas há décadas, mas vai começar por São Paulo. Inteligência socioemocional, "empresarização", tecnologias do futuro, empregos do futuro e educação financeira. Vamos agrupar em uma região e testar o modelo.
O sr. fala em criar programas com prêmios para os professores por desempenho. Como será?
Aí é de acordo com o caixa.
Pretende trabalhar mais com premiação do que com a elevação do piso?
A gente vai nas duas frentes. Agora, a lógica de premiação vai empolgar muito mais.
O plano de governo do sr. fala em um voluntariado para resolver o problema do saneamento básico. A Sabesp acabou de ser privatizada. A ideia é a população se voluntariar para uma empresa privada?
Quando eu falo de voluntariado, é para ajudar a limpar os rios. Não faz sentido? A gente tem que colocar a política pública de voluntariado em mutirão, que é o que vai resolver.
O sr. defendeu triplicar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana. Agora, diz que talvez não consiga...
Talvez não. Fui para El Salvador, estive com o ministro da Justiça, o Gustavo (Vilattoro), e ele me deu uma aula de como combater a criminalidade. Hoje a gente tem 7 mil guardas e vamos chamar todo mundo que está aprovado em concurso. Se eu aumento essa guarda nesse tanto, eu não consigo valorizar os salários deles.
Custa R$ 700 milhões a folha atual...
Vou mandar revisar todos os contratos e gerar uma economia que você nem imagina. Vamos aumentar a Operação Delegada. Vamos fazer um jejum em janeiro de crime. Vamos fazer isso com a Operação Delegada e vou estender isso para a Polícia Civil. (Essa ampliação será) De acordo com a disponibilidade de caixa. Vou aumentar as áreas (de policiamento). Polícia Civil, saiba que nós vamos estender para vocês também. Duvido que não tenha interesse dos policiais.
Não são funções distintas? A Polícia Civil não faz policiamento ostensivo.
Só que eles podem fazer a parte investigativa também.
Se eleito, prevê boa relação com o presidente Lula?
Vai depender dele. Sou republicano. Na hora que acabar a eleição, a gente precisa governar.
Receberia o presidente em São Paulo?
Claro, ele é presidente do Brasil. Eu não estou contra ele, não. Eu luto para que ele faça as coisas certas. Que ele diminua o imposto como o (Jair) Bolsonaro diminuiu. Que ele seja um cara que não gaste tanto dinheiro igual está gastando. Que ele não interfira no Banco Central. Estou a favor. Eu quero que ele dê certo. Eu sou brasileiro. Lula, eu torço para que você dê certo e vou te receber aqui na cidade de São Paulo com muita tranquilidade e vou precisar da sua ajuda aqui para a gente governar.
Como vai a relação com Jair Bolsonaro?
Está normal. Depois que passar a eleição, fica tudo bem.
Pessoas acham a postura do sr. agressiva.
Com comunista não pode afrouxar. Esperem guerra contra o consórcio comunista, essa tropa de Nunes, Tabatinha, Chataba (Tabata Amaral), comedor de açúcar (Guilherme Boulos) e "dá pena" (José Luiz Datena). Vou tratorar no próximo debate. É meu único tempo de televisão. No meu tempo de televisão ninguém vai mandar no que eu faço.
Figuras do PRTB são relacionadas ao PCC...
Meu sonho é que a pessoa possa ter candidatura independente. Esse povo que domina esses partidos, eles são um terror. Mas uma caneta de alguém derruba minha candidatura.
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