Publicado 17/09/2024 10:54
O Observatório Nacional vai transmitir ao vivo o eclipse parcial da Lua, que ocorre na noite desta terça-feira (17) até a madrugada de quarta-feira (18). O programa "O Céu em sua Casa: Observação Remota" vai mostrar o fenômeno, que será visível em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, e a transmissão ao vivo permitirá que todos acompanhem de perto este espetáculo celeste.
PublicidadeA astrônoma do Observatório Nacional, Josina Nascimento, explica que um eclipse parcial da Lua ocorre quando apenas uma parte do astro passa pela sombra escura da Terra.
"A penumbra é uma sombra mais clara, que ainda recebe um pouco de luz do Sol, então, quando a Lua está na penumbra, seja totalmente na penumbra ou parcialmente na penumbra, não se percebe nenhuma mudança a olho nu sem o uso de instrumentos. A essa fase chamamos de fase penumbral. Há eclipses que são somente penumbrais. Ou seja, a Lua penetra na penumbra e depois sai da penumbra."
Já a umbra é a sombra mais escura, onde não chega luz solar alguma. No eclipse parcial, a Lua começa a passar pela umbra, o que faz com que uma parte dela escureça e nós podemos ver isso simplesmente olhando para a Lua. À medida que a Lua avança na umbra, ela vai ficando com uma "mordidinha" escura, que vai crescendo cada vez mais até o máximo do eclipse parcial. Agora, quando a Lua penetra completamente na umbra, ocorre o eclipse total da Lua.
"Então, todo eclipse total tem primeiro a fase penumbral, depois a parcial, depois a total, depois nova fase parcial e depois nova fase penumbral. E todo eclipse parcial tem primeiro a fase penumbral, depois a parcial e depois a penumbral", explica Josina.
Segundo a astrônoma, o Brasil inteiro vai acompanhar o evento completo, mas este será um eclipse parcial com pequeníssima parte da Lua penetrando na umbra. No máximo do eclipse parcial, somente 3,5% da área total da Lua estará escura.
A astrônoma esclarece que, diferentemente do eclipse do Sol, no horário do eclipse lunar, quem estiver observando a Lua a verá eclipsada. Ou seja, a condição para ver qualquer eclipse da Lua é que ela esteja acima do horizonte no local onde a pessoa está e também que não haja nuvens encobrindo a Lua.
"Como todo eclipse da Lua acontece na lua cheia e como a Lua cheia fica a noite inteira no céu (ela nasce quando o Sol se põe e se põe quando o Sol nasce), então a condição é que seja noite no local que você está no horário do eclipse (e que não haja nuvens na frente da Lua)", diz.
O eclipse parcial da Lua, na noite do dia 17 de setembro, será visto do início ao fim (ou seja, fase penumbral, parcial e penumbral de novo) em todo o Brasil. O início do eclipse penumbral acontece no horário de Brasília às 21h41min07seg. O início do eclipse parcial será a partir das 23h12min58seg; a força máxima do eclipse parcial acontece às 23h44min18seg; e o fim do eclipse ocorrerá, à zero hora, 15 minutos e 38 segundos, já na madrugada da quarta-feira (18). E, o fim do eclipse penumbral será em 1h34min27seg madrugada.
Além de acompanhar a transmissão ao vivo do Observatório Nacional, é possível ver o eclipse simplesmente olhando para o céu, desde que não haja nuvens na frente da Lua. Como o eclipse visível a olho nu é o eclipse parcial, que só começa às 23h12, a Lua estará bem alta no céu para todo o Brasil, o que facilita ainda mais a observação.
Josina Nascimento avalia ainda que "não é preciso nenhum equipamento especial para observar o eclipse. Além disso, os observadores podem olhar diretamente para a Lua, sem preocupações, pois, ao contrário de um eclipse solar, não há riscos para os nossos olhos".
É interessante notar que eclipses da Lua e eclipses do Sol acontecem em sequência. Isso se deve ao fato do plano de órbita da Lua ser inclinado em relação ao plano de órbita da Terra, de aproximadamente 5 graus. Se não houvesse essa inclinação em toda Lua Nova haveria um eclipse do Sol e em toda Lua Cheia haveria um eclipse da Lua.
Em sequência ao eclipse da Lua, haverá o eclipse anular do Sol no próximo dia 2 de outubro, que também será transmitido pelo Observatório Nacional.
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