Publicado 18/09/2024 12:27
O desmatamento registrado no Cerrado foi responsável pela emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico) entre janeiro de 2023 e julho de 2024. Dados foram divulgados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O número corresponde a aproximadamente 1,5 vez as emissões anuais do setor industrial no Brasil.
PublicidadeCaracterizadas pela predominância de árvores retorcidas e arbustos, as savanas do Cerrado concentraram 65% do total de emissões associadas ao desmatamento do Cerrado desde o começo de 2023. A formação savânica é o tipo de vegetação predominante no Cerrado, ocupando 62% de toda a área de vegetação remanescente do bioma, e foi também a que concentrou a maior parte das emissões decorrentes do desmatamento: 88 milhões de toneladas de CO2 emitidas no período analisado.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, berço de rios, bacias hidrográficas, aquíferos e a savana mais rica e biodiversa do planeta. Sua preservação, no entanto, esbarra em problemas crônicos da política ambiental, que costuma priorizar a proteção de formações florestais em detrimento de outros tipos de ecossistemas.
“Mais de 60% da vegetação remanescente do Cerrado está dentro de áreas privadas e, pelo Código Florestal, essas propriedades podem legalmente desmatar até 80% da vegetação nativa em seus terrenos. É um cenário sensível para a proteção do bioma, que expõe a lacuna de políticas de incentivo para evitar o desmatamento, ainda que legal, e demanda também, mais fiscalização para averiguar o desmate ilegal”, avalia Fernanda Ribeiro, pesquisadora do Ipam responsável pelo sistema.
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