Falta menos de dois meses para o Enem, o principal vestibular do BrasilReprodução
Publicado 21/09/2024 05:00 | Atualizado 23/09/2024 21:06
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), principal vestibular do Brasil e porta de entrada para universidades em todo o país, se aproxima. Com ele, vêm também a ansiedade e as expectativas dos estudantes que buscam conseguir uma vaga em seu curso dos sonhos. O DIA buscou vestibulandos e ex-vestibulandos que compartilharam suas diferentes histórias e experiências, sentimentos e até algumas dicas para aqueles que farão as provas em 2024.
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Frederico Cabral, aluno do Pensi Tijuca, que está em plena preparação para o Enem 2024, contou um pouco de sua experiência e reflexões sobre o período de preparação. Ele destaca que é normal o nervosismo aparecer, mas aconselha a não deixar que isso interfira na preparação.
"Venho tentando dar o meu máximo nos estudos, fazendo diversas provas antigas não só do Enem, mas de outras bancas também. Depois, recorro aos meus professores para sanar as dúvidas, porque sinto que essa é a melhor forma de me preparar para o ineditismo e o inesperado da prova."
 
Fernando Cabral, estudante do Pensi Tijuca - Divulgação
Fernando Cabral, estudante do Pensi TijucaDivulgação


Frederico afirma que cada estudante deve descobrir o seu próprio método de preparação: "Sempre é bom lembrar que o que funciona para mim pode não funcionar para você. O importante é confiar no processo individual de cada um e ser grato às pessoas que estão ao seu lado, como responsáveis, amigos e professores."

Ele acredita que o autoconhecimento e o suporte das pessoas próximas são fundamentais para enfrentar os desafios do vestibular. Por fim, seu conselho para outros vestibulandos é que "confiem no processo e sigam em frente, com gratidão e determinação".

Renan Frazão, aluno do Colégio Pedro II, conta alguns dos desafios que enfrentou ao longo de sua preparação para o Enem. Ele relata que a greve de três meses no colégio o fez estudar por conta própria até o meio do ano, por não ter condições financeiras de arcar com um cursinho. "Foi difícil manter a disciplina e buscar bons materiais por conta própria. Tive que lidar com o cansaço emocional e a pressão de um exame que vai definir minha carreira profissional", lembra.

Apesar das dificuldades, Renan mantém as expectativas altas e o foco. "Meu maior objetivo é passar no curso dos meus sonhos e, mais do que isso, dar orgulho para minha mãe, que não teve a oportunidade de prestar faculdade assim que terminou o colégio," afirma.

Seu conselho para outros vestibulandos que é que mantenham a perseverança, mesmo nos momentos mais complicados. Para ele, a motivação pode vir de muitas formas, mas o mais importante é nunca desistir.
Ronald da Fonseca, hoje aluno de Relações Públicas e Comunicação Social da Uerj, contou um pouco sobre sua trajetória e as dificuldades enfrentadas até conseguir sua aprovação. Ele diz que, inicialmente, seu foco no vestibular era dividido com o trabalho. "Terminei o ensino médio em 2014 e, naquela época, já estava trabalhando. Fiz o vestibular sem muita seriedade, mas em 2015 e 2016, decidi me dedicar mais. Tive o suporte da minha mãe, que pagou um cursinho particular para mim.''
Ronald destaca o impacto dessa mudança em sua vida. "Eu vinha de uma base educacional muito fraca e isso influenciou na minha preparação. Tive dificuldades significativas em Matemática e Química, e isso me fez sentir que estava piorando a cada tentativa. Em 2016, novamente não consegui avançar", conta. 
Ronald da Fonseca, estudante da UerjDivulgação
Em 2019, Ronald decidiu mudar de emprego e começou a trabalhar em uma lanchonete, enquanto se preparava para tentar novamente, conciliando o trabalho de terça a domingo com um cursinho intensivo aos sábados.
Após ser aprovado para o curso de História e perceber que o seu objetivo era uma vaga em Comunicação Social, Ronald finalmente conseguiu, em 2022, a sua aprovação.
Sobre o ano de sua conquista, ele conta que fazia um curso de redação semanalmente e resolvia provas antigas, sempre focando nas questões de humanas. Ele acredita que essa abordagem, combinada com o autoconhecimento, foi essencial para sua aprovação.

Ana Clara Fernandes dos Santos, estudante da Uerj, também compartilhou sua trajetória até a aprovação no vestibular. Ela conta que, no ano do vestibular, conciliar os estudos com o trabalho foi uma tarefa exaustiva. “Na época, eu trabalhava como aprendiz na Caixa Econômica. Estudava de manhã, das 7h ao meio-dia, e minha mãe me ajudava muito. Ela levava a marmita para mim no ponto do ônibus. Era o tempo de eu chegar ao trabalho, almoçar, trocar de roupa e começar a trabalhar às 1h da tarde. Trabalhava até às 5h e, em seguida, ia direto para o pré-vestibular, que começava às 6h", relembra.

Ana Clara lembra como a rotina era intensa. ''Foi no pré-vestibular que fiz a prova e consegui uma bolsa de 100%. Saía de lá por volta das dez, dez e meia da noite. Em alguns dias, meu pai me buscava por conta da insegurança do local. Mesmo depois de chegar em casa, ainda precisava estudar, fazer os exercícios e preparar os trabalhos da escola,'' diz.

A estudante destaca como essa fase exigiu dela, física e emocionalmente. ''Foi uma época muito cansativa, achei que não ia dar conta. Nos finais de semana, ainda participava de um pré-vestibular social,'' relata.

Ana Clara diz que, apesar das dificuldades, o apoio da família e sua perseverança foram essenciais para sua conquista. ''Olhar para trás e ver tudo o que passei só me faz ter ainda mais orgulho da minha trajetória. Foi um processo árduo, mas necessário,'' afirma.

Para quem está em ano de vestibular neste ano, o seu conselho é não desistir. ''Acredito que com foco, disciplina e uma boa rede de apoio, é possível superar qualquer adversidade e alcançar os seus objetivos.''
As provas do Enem 2024 serão realizadas nos dias 3 e 10 de novembro.
*Matéria do estagiário Diego Cury, sob supervisão de Marlucio Luna 



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