Publicado 28/10/2024 14:10
Um homem foi flagrado carregando um jacaré vivo amarrado na traseira de seu veículo na cidade de Anaurilândia, no Mato Grosso do Sul. A Polícia Militar Ambiental (2º BPMA) foi acionada e o indivíduo foi multado em quase R$ 5 mil por maus-tratos. Ele poderá ser condenado a pena de detenção, de três meses a um ano. Em vídeo, é possível ver o animal amarrado. Imobilizado, ele apenas aparece balançando a cauda.
PublicidadeA ocorrência foi registrada em 15 de outubro deste ano. Mas na quinta-feira, 24, foi expedida uma ordem de serviço para a equipe realizar uma vistoria na propriedade onde o autor do crime estaria. Durante a inspeção, ele admitiu ter capturado o jacaré, afirmando que o soltou em um córrego próximo à fazenda.
Os policiais receberam autorização para vistoriar freezers e geladeiras da propriedade, mas não encontraram vestígios do animal ou de carne semelhante. No entanto, ficou comprovado que o jacaré foi submetido a condições de sofrimento, configurando o crime de maus-tratos conforme a Lei Estadual nº 5.673/2021.
De acordo com o governo de Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar Ambiental foi acionada por funcionários de uma cooperativa em Anaurilândia para capturar um jacaré que havia sido avistado no pátio da empresa. Agentes foram até o local, porém, o animal não foi localizado e ninguém soube dizer onde o jacaré estaria.
No dia seguinte, imagens enviadas ao quartel mostraram um homem capturando e amarrando o animal na carroceria de um veículo Ford F4000, de cor prata, e saindo do pátio com o jacaré preso na traseira. O veículo foi visto na rodovia MS-276, no sentido Batayporã.
A partir das imagens, a Polícia Militar Ambiental iniciou diligências para localizar o autor. "Em contato com a cooperativa, a PMA confirmou que o homem esteve no local para adquirir uma carga de milho na data do ocorrido", disse. As imagens foram usadas como prova para a aplicação da multa.
O que fazer ao encontrar um animal silvestre?
A captura de animais silvestres exige cuidados especializados e envolve riscos consideráveis tanto para os animais quanto para quem realiza o resgate.
O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), por meio do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), reforça a importância de não serem realizados resgates por conta própria. Além do risco de estressar o animal, manuseá-los sem o treinamento adequado pode resultar em acidentes graves.
A recomendação é que a Polícia Militar Ambiental seja acionada assim que o animal seja encontrado. Em áreas urbanas, a colaboração da população local também faz uma grande diferença na hora do resgate.
"É importante que as pessoas evitem comportamentos que possam atrapalhar o trabalho, como falar alto ou fazer barulhos excessivos. O silêncio e a calma ajudam a diminuir o estresse do animal, permitindo que a equipe trabalhe de forma mais eficaz e segura", afirma a médica veterinária Jordana Torqueto.
Após a captura, os animais são encaminhados ao CRAS, onde passam por uma avaliação veterinária completa. O CRAS é uma unidade especializada que conta com infraestrutura para tratar, reabilitar e devolver os animais à natureza sempre que possível
Em situações emergenciais, como em épocas de incêndios florestais, pontos de triagem temporários são montados para que os animais recebam os primeiros socorros antes de serem transportados ao centro.
Mamíferos atropelados, por exemplo, muitas vezes chegam em estado crítico, necessitando de intervenções cirúrgicas para sobreviver.
O Imasul atua em conjunto com o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), coordenando as ações de resgate e aplicando protocolos técnicos que garantem segurança e eficiência no manejo dos animais.
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