Lula apresentou a PEC da Segurança em reunião com os governadoresMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 31/10/2024 16:31
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 31, na abertura de reunião com governadores sobre a PEC da segurança pública, que o crime organizado "é incontrolável se não houver pacto federativo que envolva todos os poderes da federação, todos os poderes que estão envolvidos direta ou indiretamente nisso".
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Lula disse que o crime organizado está crescendo, é poderoso e "está envolvido em todos os setores da sociedade". Ele destacou que o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) estão "em quase todos os Estados, disputando eleições, elegendo vereador, e quem sabe indicando pessoas para ocupar cargos importantes nas instituições brasileiras".
"Logo, logo, o crime organizado vai estar prestando concurso, indicando juiz, procurador, político", disse Lula na reunião com os governadores, os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino.
O presidente ainda ressaltou que o problema não será resolvido em apenas uma reunião. "Estamos dispostos a discutir quantas horas forem necessárias, quantas reuniões forem necessárias, para que a gente possa apresentar uma proposta definitiva de combate ao crime organizado que está hoje espalhado por todo o território nacional, e por Estados onde há 20 anos atrás eles não estavam", afirmou. De acordo com o presidente, a discussão envolve também o papel das guardas municipais.
Lula destacou uma queixa dos governadores sobre a polícia prender criminosos e a Justiça soltar. "Muitas vezes a polícia prende o bandido, e no outro dia ele tá solto, e escolhe inclusive a cadeia onde ele quer ficar, e muitas vezes o desembargador manda o bandido pra cadeia onde ele quer ficar", disse o presidente.
A PEC da Segurança, elaborada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, quer incluir na Constituição o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), uma espécie de "SUS" da área. A intenção é criar base legal para que a União possa emitir diretrizes para todo o sistema de segurança, integrar dados e promover atuação conjunta das polícias estaduais e da PF. Atualmente, a Constituição atribui aos Estados a responsabilidade sobre a segurança pública.
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