Publicado 22/11/2024 14:42
São Paulo - O corpo de Marco Aurélio Acosta, estudante de Medicina morto pela Polícia Militar na quarta-feira, 19, está sendo velado desde as 10 da manhã de sexta-feira, 22, no Cemitério Gethsêmani Morumbi, na Zona Sul da capital paulista. O enterro ocorrerá às 16h no mesmo local.
PublicidadeO universitário de 22 anos foi morto após ser baleado dentro de um hotel na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
A garota que estava com Acosta na noite da morte disse que ele estava bêbado, tentou agredi-la e por isso ela chamou a polícia. A PM, por sua vez, afirma que ele resistiu à abordagem.
O momento em que um dos agentes dispara foi registrado por câmeras de segurança do hotel. O próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu que essa não é a conduta adequada de agentes de segurança.
Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento e o agente responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio doloso - em que o autor tem a intenção de matar ou assume o risco de provocar a morte - no Inquérito Policial Militar (IPM), segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Ainda conforme a SSP, ambos os policiais permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações.
A letalidade policial entre janeiro e setembro foi a maior desde 2020, com 496 mortos em ocorrências desse tipo.
Acosta era estudante de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi e filho mais novo de Júlio Cesar Acosta Navarro, cardiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP, e da médica intensivista e também professora Silvia Mônica Cardenas Prado que têm cobrado justiça e respostas sobre o ocorrido.
Como foi a abordagem policial
Na quarta, em nota, a SSP afirmou que o estudante teria golpeado uma viatura e resistido ao ser abordado. Imagens do hotel mostram o momento da ação, mas ainda não está claro o que ocorreu entre o jovem e os PMs na rua antes de ele ser baleado à queima-roupa na altura do peito no saguão do estabelecimento.
Conforme as investigações, as imagens das câmeras corporais que registraram o fato serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse lamentar a morte do estudante somente na quinta-feira, um dia após o ocorrido. Ele também afirmou que abusos serão "severamente" punidos.
A polícia de São Paulo matou neste ano 496 pessoas entre janeiro e setembro, o maior número para o período desde 2020.
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