Publicado 22/11/2024 16:09 | Atualizado 22/11/2024 16:28
Brasília - O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cézar Bittencourt, declarou nesta sexta-feira (22) que o militar confirmou à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente do plano de golpe de Estado. Segundo as investigações, o plano incluiria a execução de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio ministro. As apurações, fundamentadas em parte no acordo de colaboração premiada firmado por Cid com as autoridades, resultaram no indiciamento de Bolsonaro e de outras 36 pessoas na última quinta-feira (21).
Publicidade"Ele confirmou, sim, [que Bolsonaro sabia do plano]. Ele tem uma linha de raciocínio, a versão verdadeira dos acontecimentos. Não tem nenhum outro interesse que não seja prestar as informações que a Justiça exige. Ele atuou como assessor, observou os fatos e até indicou o seu superior como líder das ações", afirmou em entrevista à GloboNews.
De acordo com Cézar Bittencourt, Mauro Cid ratificou ainda que o ex-presidente estava ciente do plano de golpe de Estado] "Na verdade, o então presidente sabia de tudo e era a pessoa que comandava essa estrutura. Tanto que foi denunciado, como aponta a acusação do Ministério Público Federal".
Em um momento, Bittencourt sugeriu que Bolsonaro também teria conhecimento do plano de execução de Lula, mas logo se corrigiu: "Eu não disse plano de morte, plano de execução como sendo algo fatal. Falei da execução do plano idealizado, planejado, nesse contexto. [...] Não sei que tipo de golpe seria, mas [Bolsonaro] demonstrava interesse nos acontecimentos daquela época. O presidente sabia."
O advogado explicou que Cid ocupava o cargo de assessor direto de Bolsonaro, foi ajudante de ordens ao longo de todo o mandato presidencial, mas que não possui informações detalhadas além do que era discutido em reuniões, como a realizada em julho de 2022, e que foi tornada pública posteriormente. Na ocasião, alguns ministros sugeriram uma ação antes das eleições.
"Ele [Cid] confirmou todos os fatos, descreveu as decisões e indicou o tipo de irregularidade que teria cometido. Ontem [quinta-feira, 21], foi apenas o fechamento desses fatos. Agora, a conclusão será encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve levar de 60 a 90 dias para analisar as mais de 800 páginas do processo", completou.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.